Mesmo com a decisão do PSDB de permanecer no governo, o presidente interino do partido, senador Tasso Jereissati (CE) informou que o departamento jurídico da legenda prepara um recurso para anular o julgamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que, na última sexta-feira (9), absolveu a chapa Dilma Rousseff/Michel Temer da acusação, feita pela própria legenda, de crime eleitoral por abuso de poder econômico.
Jereissati defendeu o recurso ao julgamento do TSE e afirmou estar convencido que houve corrupção na campanha da chapa Dilma/Temer. “Achamos que houve corrupção e uso indevido de dinheiro público nas eleições de 2014, não temos a menor dúvida disso. Não temos porque ficarmos calados se temos ainda o recurso para provar nossa convicção”, disse o parlamentar.
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O recurso foi anunciado no final da reunião da executiva da legenda realizada nessa segunda-feira (12), em Brasília, com a participação de governadores, deputados e prefeitos de capitais. O líder do partido na Câmara, Ricardo Trípoli (SP), não considerou incoerente recorrer da decisão do TSE, já que o PSDB foi o autor da ação que pedia a cassação da chapa eleito em 2014. “Não tem incoerência nenhuma. Fomos nós que entramos com a ação. Vamos recorrer porque senão estaríamos prevaricando”, disse.
Os argumentos jurídicos e a data em que a legenda pretende entrar com o recurso ainda não foram definidos. No entanto, Trípoli disse que prefere um recurso direto ao Supremo Tribunal Federal (STF) e não ao TSE por considerar o caminho mais amplo. O líder não explicou porque o PSDB, que decidiu continuar no governo, inclusive ocupando quatro ministérios, insiste em cassar o mandato de Temer que substituiu Dilma afastada do cargo em um processo de impeachment.
O governo Temer, ao menos por enquanto, vai continuar a contar com a parceria dos tucanos no Congresso. Mas não se trata de apoio incondicional, segundo decisão da Executiva, mas passível de reavaliação caso surjam novos fatos a respeito das investigações contra o peemedebista – investigado no Supremo Tribunal Federal (STF), de maneira inédita, por corrupção passiva, associação criminosa e obstrução de Justiça. Com 46 deputados e 11 senadores, o PSDB é considerado um partido estratégico para garantir um mínimo de governabilidade na gestão peemedebista.
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