“A gravação obtida demonstra, de forma clara e objetiva, que Mercadante atuaria em benefício de Delcídio, com o objetivo de impedir a delação premiada”, alega o tucano. Segundo o líder oposicionista, as conversas travadas em três encontros indicam que o ministro tinha a intenção de evitar que Delcídio fizesse revelações que comprometessem o governo Dilma.
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Entre os indícios apontados por Cássio Cunha Lima, estão a sugestão feita pelo ministro de que o Senado fosse pressionado a apresentar um pedido de relaxamento da prisão do ex-líder do governo, a possibilidade de criar uma agenda falsa em Mato Grosso do Sul com o propósito de visitar a família do senador e a marcação de uma visita ao presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, para discutir alternativas para que Delcídio pudesse deixar o quanto antes da prisão.
O líder do PSDB quer que a Comissão de Ética Pública da Presidência da República abra um processo administrativo e aplique, ao final da apuração, as sanções e recomendações que julgar cabíveis. “Percebe-se que Mercadante pode ter faltado com a ética e o decoro que o cargo por ele ocupado exige, devendo, por essas razões, os fatos serem objeto de processo ético-disciplinar perante essa Comissão especial”, defende o senador.
Mercadante nega a intenção de ter tentado evitar a delação premiada de Delcídio. Afirma que agiu sem conhecimento da presidente Dilma por solidariedade ao ex-colega de Senado. Delcídio, no entanto, diz que nunca teve boa relação com o ministro, chamado por ele de “amigo da onça”. O ex-líder do governo acusa a presidente Dilma de estar por trás das ofertas de Mercadante.
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