O termo de compromisso que o PSC de São Paulo exigiu dos seus candidatos à Assembleia Legislativa determinava que cada futuro deputado, uma vez eleito, permitisse que o diretório estadual indicasse duas pessoas para cargos no gabinete do político.
Veja a íntegra do termo de compromisso
De acordo com o deputado estadual, Marcos Neves, que foi expulso do PSC por não cobrar de seus funcionários a caixinha de 5%, a bancada de quatro deputados fez um acordo com o presidente regional do partido, Gilberto Nascimento. Em vez de oito cargos nos gabinetes, o diretório poderia indicar os nove cargos na Liderança do PSC na Assembleia.
O problema, diz o ex-líder, é que os funcionários – incluindo o próprio Nascimento, que era o chefe de gabinete – não trabalhavam assessorando os parlamentares nas comissões e demais trabalhos legislativos. O deputado Carlos Cézar, outro ex-integrante do partido, confirmou que não podia contar com o apoio dos colaboradores da liderança. O presidente do PSC em São Paulo contestou: “Os funcionários estão trabalhando para a Liderança do partido”, disse Nascimento ao Congresso em Foco.
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O acordo acabou gerando uma briga entre os deputados e o PSC de São Paulo. Na condição de líder, Neves exonerou todos os funcionários, incluindo Nascimento, comandante máximo da legenda em São Paulo. Assim, Nascimento recorreu à Executiva Nacional pedindo a expulsão de Neves, Cézar e Adilson Rossi. Eles foram banidos do PSC em 13 de setembro.
“(…) os representados, ao demitirem todos os detentores de cargos da Liderança do partido, não atuaram como porta-voz (sic) fieis das propostas política, doutrinárias, programáticas e ideológicas do PSC”, diz a ata da reunião. No documento, a Executiva Nacional avalia que Neves, Cézar e Adílson contrariaram “as diretrizes” do diretório estadual de São Paulo.
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Com a expulsão de três parlamentares do PSC, o partido retomou o comando da Liderança. O deputado Rodrigo Morais, que assumiu uma posição neutra durante o embate, foi preservado da expulsão. Tornou-se o líder – de si mesmo, é verdade. E recontratou Nascimento e outros funcionários outrora demitidos.
O PSC ficou com todos os cargos de volta. Morais garantiu ao site que não exige que seus funcionários paguem a caixinha de 5%. Paralelamente, Nascimento disse que o deputado faz “um trabalho” de filiação dos servidores do seu gabinete, o que vai trazer a eles a obrigação de contribuírem para a legenda.
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