O Congresso em Foco recebeu, por e-mail, na tarde de ontem (segunda, 2) a seguinte mensagem do promotor público Marcelo Zenkner, indicado pelo Ministério Público Estadual (MPE) para acompanhar as investigações da morte do juiz Alexandre Martins Filho.
“Vitória, ES, 02 de abril de 2.007.
Sr. Diretor,
Sr. Editor,
Diante do teor da reportagem jornalística de responsabilidade desse jornal eletrônico CONGRESSO EM FOCO e de autoria da repórter Maria Elena Azevedo, publicada no último dia 30 de março sob o título UM CRIME E SEU ENTORNO, a bem da verdade tenho a esclarecer o seguinte:
1 – Como membro do Ministério Público do Estado do Espírito Santo, fui indicado e designado pelo então Procurador-Geral de Justiça JOSÉ PAULO CALMON NOGUEIRA DA GAMA para acompanhar as investigações do homicídio que vitimou o magistrado ALEXANDRE MARTINS DE CASTRO FILHO, particularmente no inquérito que apurava a identificação dos mandantes.
2 – Assim, a partir de junho de 2004 (data da designação), passei a acompanhar pessoalmente, no gabinete da delegada de polícia responsável, Dra. Fabiana Maioral Foresto, todas as diligências que foram realizadas pela Polícia Civil objetivando a elucidação do crime, não medindo esforços no sentido de obter êxito nas investigações e utilizando todos os mecanismos disponíveis da legislação brasileira.
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3 – Nesta posição, posso assegurar que todas as linhas de investigação envolviam o crime foram esgotadas, inclusive aquela que envolvia o depoimento prestado pelo apenado THOR DO IMPÉRIO e pela “personal trainner” da vítima JÚLIA EUGÊNIA FONTOURA, o que pode ser constatado pela leitura do relatório conclusivo do inquérito, datado de 28 de março de 2005.
4 – Não houve, como sugeriu a reportagem, nenhum “detalhe negligenciado”, tendo o ex-vereador de Vitória JOSÉ COIMBRA, inclusive, sido denunciado como mandante do homicídio perpetrado contra a pessoa de José Carlos Preciosa exatamente a partir de elementos coletados no curso da investigação.
5 – O Ministério Público do Estado do Espírito Santo, posso assegurar, agiu no caso de qualquer comprometimento de cunho político ou pessoal, conforme determina a Constituição Federal, tendo em mira em todos os momentos e a qualquer custo apenas e tão-somente a identificação dos verdadeiros mandantes.
6 – Destaco, na oportunidade, que tive a honra de ser amigo pessoal da vítima, tendo realizado trabalhos ao seu lado na condição de Promotor de Justiça e tendo lecionado na mesma instituição de ensino superior que a mesma e no próprio curso preparatório para concursos dirigido por seu pai, motivos que considero suficientes para levar à conclusão de que eu jamais imputaria responsabilidade pelos fatos a pessoa que não estivesse diretamente envolvida no crime, e de que em hipótese nenhuma eu realizaria manobras no sentido de afastar a responsabilidade de quem quer que seja.
7 – Registro, por fim, imensa preocupação com matérias jornalísticas preparadas longe do local onde se passaram os fatos, o que dificulta a percepção da realidade e a coleta de informações mais lúcidas, colocando em descrédito trabalho realizado com grande dose de sacrifício pessoal e familiar e fornecendo instrumentos à defesa dos principais mandantes em julgamento que se avizinha.
Por ser verdade, firmo o presente.
MARCELO ZENKNER
PROMOTOR DE JUSTIÇA – ESPÍRITO SANTO”
Nota da redação – A matéria citada não foi preparada longe do local onde se passaram os fatos, mas nesse mesmo local, e esteve a cargo de uma jornalista com larga experiência profissional, inclusive no ES, já tendo ocupado diversas funções importantes em redações no estado. Com a vênia que uma autoridade do seu porte merece, mantemos o entendimento de que há, sim, pontos a esclarecer. Não compreendemos, por exemplo, porque o Ministério Público pediu que o ex-vereador José Coimbra não fosse levado a júri, pela morte de José Carlos Preciosa, se a investigação policial concluiu que ele foi o mandante do crime. Por isso, e por outras razões que gostaríamos de elucidar por meio de um contato direto com o senhor, renovamos o pedido de entrevista apresentado por e-mail.
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