Em assembleia geral nesta segunda-feira (13), os professores da rede pública de ensino do Distrito Federal decidiram entrar em greve no dia 15 de março. O protesto faz parte da mobilização nacional liderada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) contra as reformas trabalhista e da previdência, ambos os temas em discussão no Congresso. Uma nova reunião em 8 de março definirá os rumos da paralisação. Até lá, informam os educadores, as aulas seguem normalmente.
A categoria reivindica o reajuste salarial de 18% e o aumento de 3,7% prometido na gestão Agnelo. Além disso, há exigências também para que alguns direitos sejam pagos, tais como licenças-prêmio para aposentados e isonomia salarial de professores com nível superior.
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Nesta segunda, segundo o Sindicato dos Professores (Sinpro-DF), 95% das escolas públicas região não tiveram aula devido à assembleia. Havia a possibilidade de a greve ser deflagrada já a partir de amanhã. Porém, a proposta de paralisação foi imediatamente derrotada pela adesão à paralisação nacional em 15 de março.
Apesar de não ter apoiado a paralisação imediata, a diretoria do Sinpro protesta contra a falta de diálogo com o governo. “Não avançamos em nada. Todos os nossos pleitos continuam sem ser atendidos”, afirmou a diretora do sindicato Rosilene Corrêa. Os professores ainda cobram a última parcela do reajuste, prevista para setembro do ano passado. O governo, por outro lado, afirma que não tem dinheiro para arcar com os aumentos salariais.Em nota, a Casa Civil afirmou que mantém o diálogo com as categorias e que realizou cinco reuniões com representantes dos professores só em 2017. “O governo de Brasília tem empenhado todos os esforços para encontrar uma proposta que evite prejuízos para a população”, diz o texto divulgado pelo Executivo. Também nesta segunda, o governo anunciou que nomeará 200 professores aprovados no último concurso. Para março, mais 40 orientadores devem tomar posse.
Segundo a Polícia Militar, 500 professores participaram da assembleia. Já nas contas do sindicato, o ato contou com a participação de seis mil pessoas. Além do Distrito Federal, já professores de Minas Gerais e do Pará já sinalizaram que vão aderir à paralisação nacional em março.
PublicidadeLeia a íntegra da nota da Casa Civil do DF:
“Com o intuito de manter o diálogo constante com as categorias, o governo de Brasília tem recebido os sindicatos para tratar das diversas demandas que não geram impacto financeiro. A Subsecretaria de Relações do Trabalho e do Terceiro Setor (SUBTRATS), da Casa Civil, conta ainda com 32 mesas permanentes de negociação que tem encontro periódicos com os diversos sindicatos.
No caso do Sinpro, só em 2017, a SUBTRATS e a Secretaria de Educação já realizaram cinco reuniões com os representantes do sindicato para debater o Plano Distrital de Educação e demais reivindicações da categoria. A última ocorreu, nesta sexta-feira (10/02), no Anexo do Palácio do Buriti.
Para dar prosseguimento às tratativas, o próximo encontro está marcado para esta quinta-feira (16/02).
Vale ressaltar que o governo de Brasília tem empenhado todos os esforços para encontrar uma proposta que evite prejuízos para a população.”