Uma entrevista veiculada na GloboNews, neste sábado (17), sobre a intervenção federal do governo Temer no Rio de Janeiro gerou polêmica e discussões acaloradas nas redes sociais. Especialista em Segurança Pública, a professora da Universidade Federal Fluminense (UFF) Jaqueline Muniz dirigiu um discurso furioso contra a “medida extrema negociada”, nas palavras do próprio presidente, e fugiu do lugar comum da maioria dos debatedores de telejornal acerca do combate à violência e ao crime organizado. Enfática, a pesquisadora inicia a entrevista dizendo que, pelo que ela já se informou sobre a intervenção, “a expectativa não é otimista”. “É pior do que trocar seis por meia dúzia”, vaticinou.
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Questionada sobre o modelo da intervenção, Jaqueline passou a criticar o caráter midiático, de espetáculo, das operações policias em comunidades fluminense dominados pelo crime organizado. Diante da destreza da entrevistada, o entrevistador, o jornalista Murilo Salviano, tentava encaixar comentários e perguntas de telespectadores, sem muito êxito.
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A professora vociferava sem interrupções: “Pelo que eu saiba, e que o mundo saiba, em termos de pesquisa, do que funciona e do que não funciona, é a atividade discreta – e não barulhenta, espetacular –, de investigação e inteligência que consegue desbaratar economias criminosas, e não o efeito ‘espanta-barata’ , da ostensividade. Aqui a gente faz polícia de espetáculo. Polícia ostentatória, cara, polícia ostentação”, acrescentou mais adiante, eloquente e um tanto incisiva (veja vídeos abaixo).
Publicidade“Isso, por um lado. Por outro, transformaram a Polícia Militar em uma mercadoria. Venderam, alugaram, precarizaram o policial militar para a iniciativa privada – [projetos] Lapa Presente, Lagoa Presente, que até então todo mundo acha lindo. E por que achava lindo? Porque ninguém presta contas. É igual ao decreto do Temer: pode tudo, mas eu não dou satisfação a ninguém. Mas e aí? Vai atuar como polícia? ‘Eu não, eu tenho medinha [sic]. Eu só quero mandar. O sucesso é meu, o fracasso é de quem está lá na ponta'”, fustigou a professora.
“Quero fechar dizendo que muita gente vai ganhar com isso. O crime organizado agradece, o PCC [Primeiro Comando da Capital, facção criminosa radicada em São Paulo] agradece, os falsos profetas da segurança pública agradecem, e os mercadores da profissão. Estamos diante de uma temporada de abertura das chantagens corporativas e das negociatas da segurança. Que Deus nos proteja, porque ele está, ainda, no Rio de Janeiro”, finalizou a acadêmica.
Veja a íntegra da entrevista (e, em seguida, um resumo com as principais intervenções):
Resumo:
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