No despacho em que determinou a prisão do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, o juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal do Paraná, afirmou que sua decisão não tem como objetivo atingir o partido. “Não se trata aqui de prisão contra a agremiação partidária à qual ele pertence. Como já consignei alhures, a corrupção não tem cores partidárias”, disse o magistrado em sua decisão. Integrantes do PT classificaram como “política” a prisão do secretário de Finanças do partido.
O juiz destacou que a corrupção não é monopólio de “agremiações políticas ou de governos específicos”. “Identificadas provas, em cognição sumária, de que determinado indivíduo, dentro ou fora de agremiação partidária, exercendo ou não cargo público, praticou crimes graves, a lei exige que se extraiam as consequências pertinentes, sem considerações de outra ordem”, complementou Moro.
Vaccari é apontado por investigadores como o operador do PT no esquema do petrolão. O secretário de Finanças do PT foi identificado por delatores como responsável por negociar, em nome do partido, o pagamento de propina em troca de contratos por empreiteiras na Petrobras. Familiares de Vaccari também são investigados por indícios de enriquecimento ilícito que, segundo Moro, pode ser fruto do esquema de corrupção montado na estatal.
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O juiz ressaltou que adotou agora com Vaccari o mesmo procedimento que utilizou com Alberto Yousseff e Fernando Soares, o Fernando Baiano, apontados como operadores do PP e do PMDB, respectivamente. “Trata-se de pura aplicação igual e imparcial da lei e que não deve ser vista com espanto em um governo de leis”, sublinhou Moro no despacho.
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