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O líder da oposição no Senado, Lindbergh Farias (PT-RJ), disse que a prisão do ex-ministro “constitui mais uma prova do esquema de ilegalidade e de propaganda política que caracteriza a Operação Lava Jato“. O petista disse que a ação desta quinta-feira (22) busca influenciar no resultado das eleições municipais. “Sua prisão em ambiente público, com aviso prévio aos meios de comunicação, sem necessidade, baseada em uma hipótese, ocorre no momento em que se desenrola a campanha eleitoral e demonstra o objetivo de criar comoção midiática e influir sobre as eleições”, diz a nota divulgada.
A bancada do PT no Senado emitiu nota dizendo que recebeu “com extrema indignação” a notícia sobre a prisão do ministro. “O repúdio a essa ação da Polícia Federal é ainda maior em razão das condições desumanas, arbitrárias e, mais uma vez, espetaculosas como foi realizada, sendo o ex-ministro preso por agentes do Estado em um hospital enquanto acompanhava a mulher numa intervenção cirúrgica a que se submeteria para tratamento de câncer”, diz a bancada. “O desrespeito às regras mais básicas da dignidade humana e do Estado democrático de Direito extrapola o limite das ‘tristes coincidências’ com que integrantes da força tarefa da Operação Lava Jato tentam escusar o odioso abuso de autoridade cometido na prisão do ex-ministro nesta quinta-feira (22), abuso este que se soma a um rol de outros já perpetrados pretensamente em nome da lei”, acrescenta. Por fim, os senadores prestam solidariedade a Mantega e sua esposa.
A bancada do PT na Câmara também repudiou a ação da PF, caracterizada como “espetáculo político de caráter seletivo”. “Infelizmente, a sociedade brasileira tem acompanhado a repetição de ações e medidas de exceção perpetradas por setores do Judiciário e do Ministério Público, configurando um regime de exceção inaceitável”. O líder, deputado Afonso Florence (PT-BA), reforçou que o objetivo da ação é influenciar nas eleições. “Lamentamos que instituições tão caras à democracia estejam sendo usadas por alguns de seus agentes para interferir na disputa política no Brasil”, concluiu.
O presidente nacional do PT, Rui Falcão, disse que a prisão do ex-ministro Guido Mantega é “arbitrária, desumana e desnecessária”. O presidente do partido acrescentou que, em função da proximidade das eleições, a operação Arquivo X (como foi batizada a 34ª fase da força-tarefa) deveria se chamar “Operação Boca de Urna”. Rui Falcão também refutou as informações divulgadas de que o PT teria recebido verbas irregularmente. “O PT refuta as ilações apresentadas. Todas as operações financeiras do partido foram realizadas estritamente dentro dos parâmetros legais e posteriormente declaradas à Justiça Eleitoral”, afirmou.
Ao comentar o fato, o líder do DEM na Câmara, Pauderney Avelino (AM) disse que “o cerco está se fechando”. “Aos poucos, toda a quadrilha de achacadores está sendo presa e a justiça está chegando cada vez mais perto dos chefes do esquema”, avalia o deputado. Pauderney destacou que o ex-ministro foi um dos responsáveis pelo atual cenário de crise econômica. “Mantega era o mestre da ‘contabilidade criativa’ que, de forma irresponsável, legou ao país a recessão que vivemos hoje”, ressaltou o deputado.
PublicidadeO líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno (PR), disse que, com a prisão de Mantega, espera ver aberta “a caixa preta do BNDES”. “Espero que o BNDES entre na mira da Operação Lava Jato para que o verdadeiro duto de recursos públicos implantado na instituição seja investigado e que os culpados sejam punidos”. Para Bueno, a prisão do ex-ministro é um passo fundamental “no desmonte do esquema criminoso implementado pelo PT no governo”.
O líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO), ressaltou que a prisão de Mantega é um indício da proximidade das irregularidades em relação à ex-presidente Dilma. “Sempre foi senso comum em Brasília que Mantega apenas cumpria os mandos e desmandos que a presidente Dilma ditava para a política econômica”, disse o senador. “Faltava autonomia ao ministro para comandar sua própria pasta. Por que imaginar que sua participação do Petrolão seguiu critério diferente?”, questionou Caiado.
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