Na manhã deste sábado (4), o jornal O Globo publicou uma entrevista com o presidente reeleito da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Em respostas polêmicas, Maia afirmou que o chamado “centrão” – bloco parlamentar que engloba 12 partidos médios da Câmara – não existe mais e que, agora, a base de apoio ao governo Michel Temer já conta com 400 parlamentares. Além disso, afirmou que não está “alinhado” ao líder do governo na Casa, André Moura (PSC-SE). Para Maia, André Moura “não foi imparcial nesse processo eleitoral”. Porém, tentou minimizar as críticas afirmando que uma nova indicação “é decisão do presidente”.
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Apesar disso, já existe uma movimentação notória entre os parlamentares da base do governo para que o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), atual líder do PP na Câmara, seja o novo indicado do Planalto para ocupar o lugar de Moura. A justificativa dos deputados é que, quando indicado, André Moura era representante de um bloco considerado importante para as tratativas entre Executivo e Legislativo. Mas a dissolução do centrão abriu a possibilidade de novas indicações.
Já em entrevista à Folha de S. Paulo, também divulgada na manhã de hoje (sábado, 4), o presidente comentou os desentendimentos entre membros do PMDB durante o processo de eleição da Mesa Diretora da Câmara. De acordo com ele, “o problema do PMDB não vem de hoje”. Ao mencionar o processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, Rodrigo Maia declarou que ao chegar no comando, o PMDB se deparou com “estruturas muito maiores que do que seu tamanho real antes e depois”.
“A base fazia o discurso ‘o PT já tem o presidente [da República], não precisa ter o resto’. Agora, é diferente: ‘o PMDB já tem o presidente, não precisa ter o resto’. Só que o PMDB não pensa assim. O presidente vai precisar arbitrar esse conflito, que não tem relação com a eleição. Tem relação com o espaço generoso que a presidente Dilma deu ao PMDB para tentar evitar o impeachment, e ao espaço menor que as expectativas de deputados do PMDB pós-impeachment”, explicou.
O problema é que as declarações tiveram reações imediatas dos parlamentares ligados à sigla. Os deputados da legenda afirmam que Rodrigo Maia se excedeu ao falar sobre a necessidade de arbitragem por parte de Temer. “O PMDB na sua grande maioria apoiou Rodrigo Maia, e votamos nele para que ele cuide dos problemas da Casa. Do problema do PMDB, quem cuida é o partido. O PMDB não precisa de interferência externa”, disparou Baleia Rossi, líder do PMDB na Câmara. “Rodrigo Maia foi no mínimo infeliz em tentar apagar o fogo com gasolina”, afirmou ao repórter Gerson Camarotti, do G1.
PublicidadeLeia a íntegra da matéria do jornal O Globo
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