Para evitar nova crise fiscal, o presidente eleito terá de cortar logo de cara R$ 5 bilhões do Orçamento da União, segundo reportagem do jornal O Globo. Qualquer que seja o resultado das urnas no próximo domingo, Lula ou Geraldo Alckmin terá de mobilizar sua base no Congresso, logo após o segundo turno da eleição para discutir o orçamento do próximo ano.
De acordo com o relator, senador Valdir Raupp (PMDB-RO), a proposta encaminhada pelo governo ao Congresso superestima receitas e deixa de fora despesas essenciais. Para manter as contas equilibras sem cortes, diz a matéria de Regina Alvarez, seria necessário levantar de R$ 5 bilhões a R$ 7 bilhões. Raupp diz não saber de onde esse recurso poderia sair. “O governo não deixou nenhuma margem para o Congresso trabalhar. É um dos orçamentos mais apertados dos últimos tempos”, reclama o relator.
A discussão indicará a política fiscal do próximo governo. Ao Globo, o coordenador-executivo da campanha de Geraldo Alckmin, Márcio Buainain, disse que o PSDB pretende fazer grande corte de gastos já no início do eventual governo para ganhar credibilidade. “Queremos cortar forte de cara para ganhar credibilidade e margem de manobra para outras medidas. Há espaço para um conjunto de reformas nas áreas tributária e fiscal”, considera Buainain.
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O coordenador do programa econômico de Lula, Nelson Barbosa, afirmou que, caso seja reeleito, o presidente Lula pretende fazer um ajuste gradual das contas, sem grandes cortes. “É prematuro falar em crise fiscal. Nossa proposta é de ajuste gradual das contas. Não implica grandes contingenciamentos ou cortes. Temos metas que podem ser discutidas em 2007 para implementação em 2008”, diz o economista.
Entre outras perdas de arrecadação que o governo não previu na proposta orçamentária de 2007, está a estimada em R$ 5,3 bilhões com a entrada em vigor da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, que está pronta para ser votada no Senado.
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