[fotografo]Agência Brasil[/fotografo]Sem discurso combativo que o caracteriza, Bolsonaro vai à tribuna pela primeira vez como membro do PSC
Mas o Bolsonaro de palavras críticas ao governo também esteve na tribuna, tomando o lugar do discurso de estadista. “Esse corpo estranho chamado PT tem que ser extirpado daí, e quanto mais cedo melhor para todos”, discursou o ex-membro do PP, conclamando a população para ir às ruas no próximo domingo.
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Chamado de “Bolsomito” nas redes sociais, terreno onde faz sucesso junto ao eleitor de perfil conservador, Bolsonaro parece agora optar pelo discurso moderado em vez de protagonizar incidentes que já entraram para o anedotário do Congresso. Com pesquisas de intenção de voto a demonstrar seu potencial eleitoral, o deputado agora mira no eleitorado cristão e nos simpatizantes do militarismo – capitão da reserva e ex-paraquedista, ele é um dos parlamentares mais identificados com as Forças Armadas.
Leia abaixo a íntegra do discurso:
“Sr. Presidente, meus amigos, este é o meu primeiro pronunciamento como integrante do PSC. Logicamente, deixo muitos amigos no PP. Não foi uma separação traumática. Afinal de contas, nós aqui somos um corpo só buscando soluções para a crise.
Fui para o PSC porque o partido fechou questão no tocante a 2018, quando lançará um candidato à Presidência da República.
PublicidadeQuem será ele? Obviamente, entre os filiados aquele que estiver mais bem preparado e tiver uma aceitação razoável perante a opinião pública.
Eu acho que é um exemplo que muitos partidos poderiam seguir. Afinal de contas, as coligações antecipadas parecem não terem tido um resultado muito bom. Se fosse bom, no passado, se o PMDB tivesse um candidato, e o meu partido, o PP, também tivesse, e não apoiasse uma Presidente de plantão, cujos frutos que estamos colhendo agora são os piores possíveis…
A nossa crise econômica não nasceu agora, ela vem de algum tempo. Porque o Brasil, através do PT, optou pelo viés ideológico para fazer seus negócios não com o mundo, mas basicamente na América do Sul com o Mercosul.
Obviamente temos o comércio com a China e alguns outros poucos países, mas essa âncora ideológica nos levou a esse estado de coisa. E para sair dele não vai ser de hoje para amanhã.
Temos a questão do agronegócio, gravíssima, a nossa situação, sequer podem garantir a nossa segurança alimentar porque dependem de fertilizantes que são produzidos fora do Brasil. Não é só o problema da seca para a flora, mas as estradas, as rodovias, as ferrovias que têm seus gargalos, que não são usadas, por questões outras que não vou discutir agora por falta de tempo, para escoar o que é produzido.
Vocês, do agronegócio, são realmente a locomotiva da economia do nosso País, mais outras questões.
O Brasil com o PT cada vez mais vem se tornando dependente de outros países da América do Sul. Por quê? Dada àquela questão da grande pátria bolivariana, que nasceu no passado, em 1990, quando Lula e Fidel Castro criaram aqui, no Brasil, o foro de São Paulo. Temos que romper essas amarras.
Vejo como um limite longo para buscarmos uma solução democrática, e queremos a forma democrática, 2018. Se não tivermos bons candidatos, não precisa ser de direita, não, mas que sejam contra essa política de esquerda que está aí, poderemos vislumbrar um Brasil melhor, fora isso não acredito.
E uma questão importante: temos agora manifestações pelo Brasil no próximo domingo, dia 13. Sr. Presidente, Deputado Izalci, vou estar em Brasília. Com certeza, estaremos juntos nessa empreitada para mostrar a nossa insatisfação para com este Governo.
No passado não fizeram o Diretas Já, movimento de rua? O governo militar não cerceou aquele momento. Depois tivemos a questão do Collor de Mello. O próprio Collor não tomou qualquer providência para evitar as manifestações. Mas agora o Governo vem tomando medidas para inibir, até mesmo, talvez,impedir esses movimentos democráticos, e através da força. Costumo dizer que não foi à toa que este Governo desarmou o cidadão de bem. Eles têm um projeto de poder para não mais sair. Ouso dizer que eles não entregarão o poder democraticamente, que o que queremos é isso, lógico, sem nos lançar, talvez, numa nova aventura semelhante àquela que começou em 1966.
Mesmo assim, quero convidar os amigos de Brasília para juntos nos manifestarmos contra esse estado de coisa. Esse corpo estranho chamado PT tem que ser extirpado daí, e quanto mais cedo melhor para todos.
Que Deus nos abençoe no próximo dia 13 de março.”
