A imagem: o choro do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ao anunciar a renúncia à presidência da Câmara. Coração de manteiga e pai de quatro filhos, interpretei a sua voz embargada como um raro momento de humanidade na vida de um dos mais perniciosos bandidos da política brasileira. No mínimo, por ter metido nessa enrascada a mulher e a filha, agora fortes candidatas a uma boa temporada na prisão.
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Pode ser? Pode. Mas isso não exclui a validade da explicação de Luiz Flavio Gomes. Que, mais atento que este modesto mensageiro, deixa de lado o melodrama e envereda pela análise sociológica, regada por um quê de Direito Criminal e outro tanto de Ciência Política, e sempre voltada para compreender as patologias que acometem alguns dos mais poderosos políticos pátrios.
Escreve Luiz Flávio Gomes que as lágrimas de Cunha são “o choro da perda do poder num país cleptocrata de corrupção sistêmica”, fenômeno que tem para ele como agentes principais “as elites econômicas e as oligarquias políticas dominantes”. Ele fala muito mais. Entra lá pra ver. Vale a pena.
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