Depois de passar os últimos três meses criticando as propostas de reformas trabalhista e previdenciária do governo e, por isso, ser ameaçado de destituição do cargo pelos próprios colegas da bancada, o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), sossegou para evitar o isolamento político. Nesta terça-feira (15), ele perdeu mais uma batalha política: não conseguiu impedir que seu principal adversário político local no momento, deputado Arthur Lira (PP-AL), confirmasse a indicação do deputado Cacá Leão (PP-BA) como relator da Comissão Mista de Orçamento (CMO).
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A confirmação de Cacá Leão seguiu o critério regimental de que o líder do maior partido ou bloco partidário da Câmara indicaria o relator da CMO. Renan tentou barrar a indicação de Lira e tentou que o PSDB da Câmara reivindicasse a vaga. Foi barrado pelo argumento de que o regimento deveria ser seguido.
Renan também tinha indicado a senadora Rose de Freitas (PMDB-ES) para a Comissão de Orçamento com a certeza de que ela seria eleita presidente do colegiado, por fazer parte da maior bancada parlamentar do Senado. Mas Rose não aceitou que Renan, como líder, criticasse o governo e as propostas de reformas enviadas pelo presidente Michel Temer ao Congresso. A senadora reclamou de Renan em plenário e, em seguida, sofreu retaliação e sua indicação foi suspensa pelo líder. Rose permanece na comissão, mas a presidência foi ocupada por Dário Berger (PMDB-SC).
Pedra no sapato
Ameaçado de perder o posto, Renan parou de criticar o governo. Nos discursos e nas entrevistas. O Palácio do Planalto que forçar que a bancada do PMDB na Câmara feche questão e obrigue os deputados a votar a favor da reforma da Previdência, que vai a plenário nos próximos dias.
Temer quer que a bancada do partido no Senado faça o mesmo. Se a emenda passar na Câmara e chegar ao Senado, Renan terá oportunidade de mostrar se continua contra as mudanças nos critérios das aposentadorias e das relações entre capital e trabalho ou se voltou a ser governista.
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