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“Dezenas de prefeitos de oposição, filiados ao PSDB, PSB, PDT e PC do B abandonaram completamente os candidatos Jackson Lago e Flávio Dino nas eleições para o governo do Estado e passaram a apoiar a reeleição da governadora Roseana Sarney Murad em troca dos convênios milionários, liberados às vésperas das eleições”, diz o procurador em seu parecer. Apenas nos três dias anteriores à convenção partidária, foram firmados 670 convênios no valor de R$ 165 milhões para a construção de quadras esportivas e casas populares, e pavimentação de ruas. Em todo o mês de junho de 2010, Roseana assinou 979 convênios no total de R$ 391 milhões.
Segundo a denúncia, os recursos eram creditados nas contas dos municípios em prazo recorde, somente dois dias. Gurgel destaca que quase todos os convênios e transferências aos municípios, em 2010, foram feitos no mês de junho. O dinheiro era sacado em espécie na boca do caixa, de acordo com a denúncia. “Essa ação tinha um objetivo claro e imediato: interferir no processo eleitoral em curso e beneficiar as candidaturas dos recorridos, dando a eles condições diversas dos demais candidatos”, sustenta o procurador.
Em nota divulgada esta noite, a governadora do Maranhão disse que ainda não tinha sido informada sobre o parecer de Gurgel. Ela está em São Paulo, acompanhando o tratamento médico de seu pai, o senador José Sarney (PMDB-AP), internado com pneumonia e dengue. Na defesa apresentada ao TSE, Roseana alega que não há relação entre os convênios celebrados e as eleições daquele ano. Ela também contesta a legitimidade do autor da denúncia. Ex-aliado, José Reinaldo é hoje um dos principais adversários políticos da família Sarney e disputou, sem sucesso, uma cadeira no Senado em 2010. O ex-governador também acusa Roseana de ter praticado crime de caixa dois, por não ter contabilizado todos os recursos que recebeu em campanha.
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