As investigações foram motivadas por entrevista concedida ao jornal por Cunha na última semana, em que afirmou ter mantido uma conta não declarada no Delta Bank, utilizada para movimentar dinheiro obtido no exterior no final da década de 1980. Além disso, o peemedebista disse que entregou seus recursos para serem administrados por “terceiros” no exterior, antes de passar a titularidade dos ativos para trusts.
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Na entrevista, o presidente da Câmara admitiu não ter declarado às autoridades brasileiras sua conta no banco norte-americano nem o repasse de seus recursos a terceiros. Cunha explicou que o dinheiro foi obtido por meio de atividades de comércio internacional, e que o manteve em nome de terceiros no banco Merrill Lynch. Para o Ministério Público Federal, a ação pode configurar ocultação de movimentação financeira, tipificada no Código Penal como lavagem de dinheiro.
“De 1998 a 2002 não ficou em conta minha direta, ficou aplicado lá fora” disse Cunha, “em nome de terceiros”, completou. Indagado sobre quem seriam os “terceiros” o peemedebista foi evasivo: “(Eram) pessoas que faziam gestão de recursos. Eu transferi os recursos para eles porque não tinha tempo, nem queria ter contato no momento. Eram estrangeiros”. Cunha ainda afirmou que entregou os recursos a terceiros “na base da confiança”.
Para os investigadores, é atípico que investidores de mercado internacional operem transações de milhões de dólares na base da confiança. Agora o MPF buscará identificar estes operadores, além de obter mais informações sobre a conta no Delta Bank.
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Veja a reportagem completa em O Globo
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