As investigações da Polícia Federal no âmbito da Operação Acrônimo, que atingem o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), têm causado preocupações também na cúpula da própria PF. Ontem (quinta, 25), o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, foi pela manhã ao Palácio do Planalto se reunir com a presidenta Dilma Rousseff e o colega Edinho Silva (Comunicação Social), com o assunto em pauta. Segundo a coluna Painel, do jornal Folha de S. Paulo, a PF teme que excessos sejam apontados na Acrônimo depois de o Superior Tribunal de Justiça (STJ) ter negado pedido de busca e apreensão na residência de Pimentel e no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Segundo o Painel, o temor da corporação é que a recusa do STJ seja interpretada como indicativo de que existam abusos nos procedimentos investigatórios. “Agentes da PF apontam que, apesar das restrições impostas pelo tribunal, o STJ reconhece vínculo concreto do governador mineiro com o caso. Para os investigadores, há indícios que comprometem Pimentel em quase todas as frentes da apuração”, diz trecho da coluna.
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Ontem (quinta, 25), a PF fez diligências em escritórios de campanha de Pimentel na segunda fase da operação. As investigações se debruçam sobre operações financeiras e contratos entre o grupo de Pimentel e a agência Pepper, que prestou serviços para o PT durante corrida eleitoral do ano passado. A PF também apura repasses para a primeira-dama mineira, Carolina Oliveira – como informa a manchete da Folha nesta sexta-feira (25), entre 2011 e 2014 a firma de Carolina recebeu R$ 3,6 milhões de empresas que negociam com o BNDES, instituição vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, pasta chefiada por Pimentel nesse período.
Na primeira fase da operação, deflagrada há um mês, os alvos foram empresários que doaram para partidos políticos na campanha do ano passado, suspeitos de lavarem dinheiro público. A PF prendeu cinco pessoas em flagrante, entre elas o suposto chefe da então organização criminosa, o empresário Benedito Oliveira. Ele é ligado ao PT e prestou serviços à campanha de Pimentel.
A coluna Painel informa ainda que os agentes da PF pretendem aprofundar a investigação sobre proprietários e usuários do hangar que Benedito usava em Belo Horizonte, e de onde o governador partiu para o Uruguai no jatinho do empresário. A suspeita é que outros empresários de Minas Gerais com trânsito pelo hangar possam ter envolvimento com os “negócios suspeitos” de Bené, como o acusado é conhecido.
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