Empresário do setor sucroalcooleiro e pecuarista de Mato Grosso do Sul, Bumlai tinha acesso livre ao gabinete de Lula durante os oito anos de seu governo. Um dos delatores da Lava Jato, o lobista Fernando Baiano disse aos investigadores que trabalhava para que a empresa OSX participasse de contratos da Sete Brasil com a Petrobras para a exploração do pré-sal. Apontado como operador do PMDB no petrolão, Baiano contou que pediu ajuda a Bumlai e que os negócios não prosperaram. Ainda assim, afirmou, o pecuarista cobrou uma comissão de R$ 3 milhões, alegando que o valor seria repassado a uma nora de Lula.
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Em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, publicada em 25 de outubro, Bumlai disse ter promovido um encontro entre o presidente da Sete Brasil e o petista, mas negou ter pedido qualquer comissão. Ele contou ter recebido um repasse de Baiano referente a um empréstimo.
Ainda de acordo com o Estadão, a Lava Jato também investiga se há relação entre um suposto débito de R$ 60 milhões da campanha de reeleição de Lula, em 2006, com o Grupo Schahin e o empréstimo de R$ 12 milhões feito pelo banco do grupo, em 2004, para o pecuarista. Delatores da operação afirmam que um contrato de US$ 1,6 bilhão da Petrobras foi dirigido em 2011 para a Schahin, com intermediação de Bumlai e Baiano, para compensar o grupo pela dívida eleitoral. O pecuarista nega ter participado desse tipo de negociação.
Bumlai teve sua convocação aprovada pela CPI do BNDES no último dia 12. Ele seria ouvido pelos deputados sobre a suspeita de que uma de suas empresas recebeu empréstimo de R$ 101,5 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social mesmo com dívidas e à beira da falência. Norma interna proíbe o banco de conceder empréstimos a empresas cuja falência tenha sido requerida na Justiça.
Segundo reportagem da Folha de S.Paulo, o pecuarista conseguiu o apoio do BNDES em julho de 2012, nove meses antes de entrar na Justiça com pedido de recuperação judicial por não conseguir pagar as dívidas que tinha no mercado. O problema, aponta o jornal, é que o empresário já era alvo de pedido de falência na Justiça desde novembro de 2011. O pedido partiu de um fornecedor que acusava o grupo de lhe dar um calote de R$ 532 mil.
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