A Polícia Federal vai intimidar, nos próximos dias, o ex-presidente Lula para depor em um dos inquéritos que apuram as atividades da empresa de um de seus filhos, Luís Cláudio Lula da Silva. O processo em questão corre no âmbito da Operação Zelotes, que desbaratou, em uma das frentes de investigação, um esquema de pagamento de propina para redução ou eliminação de multas aplicadas pela Receita Federal e levadas a julgamento no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Ministério da Fazenda).
Mas, no processo relacionado ao seu filho, Lula será instado a prestar esclarecimentos sobre a suposta compra de medidas provisórias para beneficiar um grupo de empresas de determinado setor – uma espécie de lobby ilegal para emplacar projetos no Legislativo federal. Luís Cláudio é acusado de ter recebido R$ 2,5 milhões do esquema de lobby que atuou, segundo as investigações, no sentido de aprovar a Medida Provisória 621/2013, que instituiu o Programa Mais Médicos – como o Congresso em Foco mostrou à época, o presidente em exercício do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, negou liminar pedida por associação de médicos para suspender o programa, que ampliou o número de profissionais no interior, possibilitando inclusive empregar estrangeiros, e criou um estágio obrigatório no sistema público de saúde para os formandos em Medicina, a partir de 2021.
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Na nota, Lula diz que “sempre esteve à disposição das autoridades para contribuir com o esclarecimento da verdade”, e que a edição de tal medida provisória foi assinada pela presidente Dilma Rousseff, em seu terceiro ano de mandato. Assim, afirma o petista, ele “não tem qualquer relação com os fatos investigados”.
Segundo a PF, Lula deverá cumprir a intimação na sede da corporação em Brasília. Em nota divulgada nesta sexta-feira (11), o Instituto Lula informou ainda não ter sido notificado sobre o procedimento investigatório.
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