A Polícia Federal em São Paulo abriu inquérito para investigar o autor de dois “tomataços” contra o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A investigação foi motivada por um pedido do magistrado, realizado em dezembro do ano passado. No documento apresentado pela defesa de Gilmar, os advogados apontam uma pessoa chamada Ricardo Rocchi como autor das manifestações contra o magistrado.
No pedido, a defesa afirma que o ministro tomou conhecimento de uma imagem “criminosa”, que circulou em grupos de mensagens eletrônicas por aplicativo de celular, como Whatsapp, com o oferecimento de R$ 300,00 (trezentos reais) para quem atirasse e acertasse tomates nele.
“Claramente, a intenção do Representado não era a de realizar um protesto pacífico – dentro dos limites do direito à liberdade de expressão –, mas de verdadeiramente ameaçar o Representante e de lhe ocasionar lesão corporal e patrimonial, na medida em que, consoante o texto, (i) o tomataço deveria ser direcionado à sua cabeça e que (ii) foram apostas aspas no vocábulo pacífico – ressaltando, justamente, a violência do ato”, diz parte do texto da representação enviada à PF, que pede que o suspeito “seja penalmente responsabilizado por suas condutas”. O pedido foi enviado à PF no dia 28 de dezembro de 2017.
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Na última semana, a assessoria de Gilmar confirmou que o magistrado também pretende pedir investigação para descobrir quem o xingou durante um voo que partiu de Brasília rumo a Cuiabá, no dia 27 de janeiro. O magistrado enviará uma representação à Polícia Federal pedindo que o autor das ofensas seja investigado.
Alvo de protestos de passageiros que estavam na mesma aeronave que o ministro, em vídeo que circula na internet e em grupos de WhatsApp, um passageiro diz: “Polícia Federal para ele [Gilmar Mendes]. O amigo do Daniel Dantas, do Aécio Neves”. Mais ao fundo, uma passageira provoca: “Vergonha para família”. Em outro momento do voo, os passageiros entram no coro de “fora Gilmar”. Calado, o ministro apenas sorri, sem rebater as provocações.
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Ainda no último mês, o ministro foi seguido e hostilizado por duas brasileiras pelas ruas de Lisboa, capital de Portugal. Gilmar viaja com frequência para aquele país, onde tem casa. “A gente pede pra Deus levar o senhor pro inferno”, foi o que o magistrado ouviu naquela ocasião.
O ministro foi responsável, entre outros casos, pela soltura de figuras conhecidas como o ex-ministro José Dirceu, o empresário Eike Batista, o médico Roger Abdelmassih e o banqueiro Daniel Dantas. No ano passado, ele também mandou soltar, duas vezes em menos de 24h, o empresário Jacob Barata Filho, magnata do transporte público do Rio, preso por corrupção. Em 2013, o ministro foi padrinho de casamento da filha de Barata.
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