A presidente Dilma Rousseff preferiu não arriscar perder o apoio político do governador da Paraíba, Ricardo Coutinho, e determinou que a Petrobras voltasse a entregar combustíveis em João Pessoa. A estatal iria transferir a entrega de gasolina, álcool e diesel do porto de Cabedelo, na região metropolitana da capital paraibana, para o de Suape, em Pernambuco. Líder do movimento anti-impeachment e filiado a ao PSB, partido que está fora da base de apoio parlamentar a Dilma, Coutinho usou sua influência na articulação dos governadores que apoiam a presidente para conseguir a suspensão da medida.
Coutinho aproveitou a fragilidade política da presidente Dilma para reverter rapidamente um problema que poderia causar um grande prejuízo à economia do Estado e de solução demorada. A bandeira do impeachment perdeu força no PSB muito pela ação do governador que influencia as decisões da direção partidária e da bancada de deputados. Os parlamentares da legenda vão votar a favor ou contra a abertura de processo contra a presidente no plenário da Câmara.
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Horas depois de telefonar ao ministro da casa Civil, Jaques Wagner, e ameaçar o rompimento político, Coutinho recebeu um ofício classificado de confidencial do diretor de Abastecimento da Petrobras, Jorge Celestino Ramos, garantindo que a estatal continuará atendendo a todos os pedidos das distribuidoras de combustíveis localizadas no Porto de Cabedelo. (leia íntegra do ofício)
A empresa justificou que a suspensão “pontual” do fornecimento de gasolina ocorreu em razão do consumo acima do esperado na demanda nacional de gasolina, com o consequente desabastecimento circunstancial. A Petrobras informou que enfrentou dificuldades na oferta do produto para cabotagem, modalidade responsável pelo suprimento de diversos portos do país.
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