“É uma candidatura de protesto”, diz o deputado ao Congresso em Foco. Integrante da corrente Democracia Socialista (DS), Puty é o principal opositor da chapa costurada por Jader e pelo ex-presidente Lula, que traz Helder como candidato a governador e o ex-deputado Paulo Rocha (PT-PA), absolvido no processo do mensalão, como nome ao Senado.
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“Vamos fazer uma manifestação na porta do PT. Vou inscrever minha candidatura para registrar o total desacordo com essa aliança, que não faz o menor sentido para o estado. Essa aliança não representa o melhor para o Pará”, critica o deputado, que pretende reunir 500 manifestantes.
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O partido decidirá se confirma o apoio à família Barbalho ou lança candidato próprio no próprio dia 29, durante congresso estadual do PT. Cláudio Puty reconhece que terá dificuldade para evitar a aliança com os peemedebistas. Segundo ele, 80% dos 400 delegados que votarão no congresso interno são ligados à corrente majoritária do partido, a Construindo um novo Brasil (CNB), antigo Campo Majoritário, de Lula e Paulo Rocha. Mas o deputado diz que ainda tem esperança de reverter o quadro. “Há um apoio sincero da direção do partido, mas ela não tem controle sobre sua própria base”, avalia.
“Tudo para dar errado”
PublicidadeEx-secretário da ex-governadora Ana Júlia (PT), Cláudio Puty diz que a aliança com o PMDB já no primeiro turno tem tudo para fracassar. Para o deputado, a aproximação com o grupo de Jader pode tirar votos da presidenta Dilma Rousseff no Pará. Segundo ele, pesquisa Ibope aponta que a petista tem 68% das intenções de voto entre os eleitores paraenses. “Do ponto de vista programático, é uma aposta na política mais tradicional possível”, critica.
A aliança entre petistas e peemedebistas também tende a favorecer a reeleição do atual governador Simão Jatene (PSDB), de acordo com o deputado. “Do ponto de vista pragmático, não me parece uma estratégia muito eficaz. Ao fazer o chapão com o PMDB, o PT abre mão de parte do seu eleitorado, que vai abandoná-lo”, considera. “Defendo que repitamos o que fizemos em 2006, com duas candidaturas, para forçar o segundo turno. E não uma aliança a partir de um acordo de cúpula. Pra mim, isso tem tudo para dar errado”, avalia.
“O compromisso prematuro de dirigentes do PT em apoiar um candidato da base aliada desrespeita a democracia interna partidária, fragiliza enormemente a campanha de Dilma em nosso estado e obviamente, não apresenta uma alternativa transformadora para o Pará, já que aposta prioritariamente na aliança com forças políticas tradicionais do Estado, responsáveis, por ação e omissão, pelas mazelas de nosso povo”, diz o manifesto (leia a íntegra) que será entregue ao comando estadual do PT durante o protesto da próxima quinta-feira.
Lula e Jader
O Pará foi um dos primeiros estados onde a direção do PT admitiu abrir mão de candidatura própria para apoiar o PMDB. Uma decisão que teve interferência direta do ex-presidente Lula. A chapa com Helder Barbalho e Paulo Rocha foi costurada em encontro reservado entre Lula e Jader em setembro do ano passado. Um mês depois, a coligação recebeu o aval da presidenta Dilma Rousseff, em jantar com o senador e outras lideranças peemedebistas. A decisão da cúpula petista, no entanto, reverteu uma posição tomada ainda em fevereiro do ano passado, quando a maioria do diretório estadual votou pelo lançamento de candidatura própria.
Cláudio Puty foi secretário de Estado e chefe da Casa Civil na gestão da governadora Ana Júlia. Graças à intervenção de Lula na época, a petista recebeu o apoio do PMDB paraense no segundo turno das eleições de 2006. Em troca, os peemedebistas ganharam o direito de preencher 30% dos cargos de confiança na administração estadual. Após disputas internas, o partido deixou a base da governadora e passou à oposição.
Na campanha de 2010, o PMDB lançou candidato próprio no primeiro turno e ajudou o tucano Simão Jatene a derrotar a petista no segundo turno. Mas o grupo comandado por Jader rompeu com o PSDB no ano passado e faz oposição cerrada ao atual governo e tenta a composição com a ala majoritária do PT, da qual Ana Júlia não faz parte. A ex-governadora, assim como Puty, integra a corrente Democracia Socialista.
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