“Os dados apontam para um cenário nada alentador. É um cenário caracterizado pela insegurança dos/das estudantes LGBT nas instituições educacionais, com alta incidência de agressão verbal, física e violência, sem o devido apoio ou medidas para contornar essas situações, e sem um número adequado de profissionais de educação capacitados/as para dar conta dessas situações e revertê-las por meio de ações educativas”, diz o documento.
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Os principais resultados apontam que 60% dos participantes se sentiam inseguros na escola por se definirem como LGBT. Outros 73% disseram ter sido agredidos verbalmente, enquanto 36% afirmaram ter sofrido agressões físicas, mesmo índice dos que enfatizaram ter sido “ineficaz” a resposta dos profissionais das escolas para impedir as agressões. Desses, 39% constataram que nenhum membro da família falou com membros da equipe de profissionais da escola quando o estudante sofreu agressão ou violência.
“Foi impressionante, reveladora e talvez a parte mais rica de toda a pesquisa a utilização das duas perguntas abertas como um espaço de desabafo pelos/as adolescentes e jovens, principalmente em relação à sua sexualidade e o que vivenciam nas instituições educacionais em função dela. 422 (41,5%) estudantes informaram o motivo pelo qual não denunciaram na instituição educacional eventual agressão ou violência sofrida, e 322 (31,7%) estudantes deixaram seus comentários adicionais no final do questionário. Vários/as respondentes relataram ter chorado ao refletir sobre as perguntas do questionário e relevância delas para sua vida, muitos/as puseram “para fora” sua revolta com as situações de preconceito e discriminação vivenciadas na instituição educacional, enquanto alguns/algumas expressaram o desejo de suicídio. Os dados exigem respostas. O silêncio (ou a omissão) diante deles é cúmplice da discriminação e da violência”, destaca a conclusão da pesquisa.
Também por causa dos incidentes, estudantes passaram a registrar mais probabilidade de faltar à escola no ultimo mês devido aos níveis mais elevados de agressão LGBTfóbica. Os estudantes que vivenciaram níveis mais elevados de agressão verbal têm 1,5 vezes mais probabilidade de relatar níveis elevados de depressão, 74% comparados com 44% que sofreram menos agressão.
PublicidadeRetrato continental
A pesquisa foi respondida pela internet. Cerca de 1.016 estudantes, com idade entre 13 e 21 anos, avaliaram entre dezembro de 2015 e março de 2016 as experiências vividas nos ambientes educacionais durante 2015. Realizado em conjunto com outros cinco países da América Latina – Uruguai, Argentina, Chile, Peru, Colômbia –, o estudo permite um retrato regional da situação de adolescentes e jovens LGBT no ambiente educacional.
Essa mesma pesquisa tem sido realizada nos Estados Unidos há 25 anos. O México também se prepara para fazer o levantamento dos dados no país.
Responderam ao questionário pessoas de todos os estados brasileiros e do Distrito Federal, à exceção do Tocantins. Quase metade dos internautas se identificou como do gênero feminino (47%), a maioria como gay ou lésbica (71%) e os demais se identificaram como bissexuais ou de outra orientação que não a heterossexual. A maioria desses estudantes LGBT frequentou o ensino médio em 2015.
A partir de metodologia inédita no levantamento de dados, as respostas foram enviadas voluntariamente por adolescentes e jovens que se autoidentificaram como LGBT. Assim, os dados não se referem a atitudes ou percepções de outras pessoas quanto ao preconceito, discriminação e violência sofridos por estudantes LGBT, mas da vivência real dessas situações pelos próprios estudantes LGBT nas instituições educacionais brasileiras.
Tá e como fica os carecas que são submetidos a brincadeiras de mau gosto, gozações etc?, os barrigudos e gordos que são motivo de chacotas em vários ambientes?, o narigudo também?, o orelhudo idem. O país não necessita dessas minorias, muito pelo contrário elas é que precisam do país com estudo, trabalho e moradia digna, o resto é falta do que fazer.