O Parlamento Europeu pode ser ocupado, pela primeira vez, por um cidadão brasileiro. Camille Cabral, médica pernambucana transexual, é vereadora de Paris pelo Partido Verde e sonha mais alto, com um assento em Bruxelas.
Diretora da Ação de Prevenção pela Saúde e Trabalho das Transgêneres (Pastt), Camille desenvolve um programa de combate às doenças sexualmente transmissíveis e de inclusão dos profissionais do sexo e dos usuários de drogas. Em 1999, Georgina Beyer, uma ex-drag queen, conquistou uma cadeira no parlamento da Nova Zelândia, o que lhe valeu o título de primeiro transexual parlamentar do mundo.
Na Europa, pelo menos cinco membros do parlamento britânico assumiram a sua homossexualidade. Um deles, Alan Duncan, é do Partido Conservador, que pretende lançar uma milionária lésbica nas próximas eleições: Margot James.
Um brasileiro de 20 anos de idade causou polêmica, no ano passado, dentro do Partido Trabalhista inglês, do primeiro-ministro Tony Blair. A turbulência não foi provocada pelo fato de ele, um ex-garoto de programa, ser namorado do deputado Clive Betts, mas por ter sido empregado no gabinete do parlamentar. Os colegas de Betts reagiram, temendo vazamento de informação para um estrangeiro. Dois ministros britânicos assumiram publicamente que dividem o edredom com parceiros do mesmo sexo.
Mesmo nos países considerados mais liberais, a revelação da homossexualidade de personalidades políticas nem sempre é espontânea. O prefeito de Hamburgo, na Alemanha, por exemplo, teve de assumir a condição depois que um seus assessores disse que ele teria um caso com outro membro do gabinete. Ole von Beust negou o relacionamento, mas reconheceu a atração por outros homens.
Klaus Wowereit, prefeito de Berlim, também revelou a mesma orientação sexual de Beust, assim como o prefeito de Paris, Bertrand Delanöe. Nos Estados Unidos, o pré-candidato dos democratas à Presidência, o heterossexual John Kerry, já investe na animosidade entre a comunidade gay e o republicano George W. Bush, que defende mudança na Constituição do país para proibir o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Promete deixar as coisas como estão, ou seja, sob a responsabilidade das constituições estaduais.
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