O juiz Sérgio Moro gravou um vídeo para pedir que simpatizantes da Operação Lava Jato não se desloquem para Curitiba afim de promover ato na próxima quarta-feira (10), data em que o ex-presidente Lula prestará depoimento como réu na Lava Jato. No vídeo de pouco mais de um minuto, Moro diz que o interrogatório de Lula é parte do processo e uma oportunidade para que ele apresente sua defesa. Além disso, ressalta que “nada de diferente ou anormal vai acontecer nessa data”.
“Eu tenho ouvido que muita gente que apoia a Operação Lava Jato pretende vir a Curitiba manifestar esse apoio.[…] Eu diria o seguinte, esse apoio sempre foi importante, mas nessa data ele não é necessário. Tudo que se quer evitar, nessa data, é alguma espécie de confusão e conflito. Acima de tudo, não quero que ninguém se machuque em eventual discussão ou conflito nessa data. Por isso, a minha sugestão é a de que não venham. Não precisa. Deixa a Justiça fazer o seu trabalho”, justifica o juiz da 13ª Vara Federal em Curitiba.
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A mensagem foi postada neste sábado (6), na página ‘Eu MORO Com ele’, criada no Facebook pela mulher do magistrado, Rosângela Moro. No início do vídeo, o juiz diz que não costuma utilizar o meio para esse tipo de recado. “Estou usando a rede social para transmitir um recado. Não costumo fazer isso, mas vou fazer isso dessa vez”, explica.
Assista ao depoimento abaixo:
Pelas redes sociais e ruas da Curitiba, grupos favoráveis e contrários ao ex-presidente – como o Vem pra Rua, Curitiba contra a Corrupção, o recém criado Lava Togas, o Movimento Brasil Livre (MBL), a Frente Brasil Popular, além de sindicalistas e membros do Movimento Sem Terra (MST) – convocam manifestantes para protestos nessa data. Os grupos vão ficar separados, em pontos diferentes da cidade.
Diversos outdoors contra o ex-presidente Lula foram espalhados pela cidade. Com modelos e dizeres diferentes, os painéis são atribuídos a três grupos contrários ao petista. Um deles, por exemplo, estampa os dizeres: “A ‘República de Curitiba’ te espera de grades abertas”.
O ex-presidente Lula foi indiciado por corrupção passiva, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. No inquérito em que prestará depoimento ao magistrado, Lula é apontado como recebedor de vantagens pagas pela empreiteira OAS no triplex do Guarujá. O petista prestaria depoimento no dia 3 de maio, mas o interrogatório foi remarcado a pedido da Secretaria de Segurança Pública do Paraná, preocupada com o esquema de segurança da audiência.
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