Lobistas querem dissociar a imagem de suas funções da idéia de corrupção, e para isso, querem criar uma associação e até um código de ética. No dia 10 de maio, será lançado informalmente, em Brasília, a Associação Brasileira de Relações Institucionais e Governamentais (Abrig).
Tramita no Congresso um projeto de lei que regulamenta o lobby, mas, enquanto ele não é aprovado, um dos líderes da nova entidade, Antônio Marcos Umbelino Lôbo, da consultoria Umbelino Lôbo, afirma vai estipular uma data para a Abrig ser oficializada.
“Queremos deixar claro que o lobby é uma atividade legítima e democrática, porque a imagem que fica é a de que lobista é quem carrega a mala preta”, declarou ao jornal O Estado de S.Paulo. De acordo com ele, é importante defender interesses junto aos poderes públicos de forma transparente.
“Acho que a iniciativa de regulamentar a profissão tem de partir da gente mesmo”, defende Guilherme Costa, relações institucionais da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
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Já para Eduardo Ricardo, diretor de relações governamentais da empresa de consultoria Patri, “não existe lobby do bem ou lobby do mal”. “Não acredito em auto-regulação. Defendo a tese de que tem de haver uma lei regulamentando a profissão”, disse.
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PublicidadeGoverno aumenta terceirização no setor público
Em reportagem publicada hoje (15), a Folha de S.Paulo mostra que o governo do presidente Lula, ao contrário do que ele diz em seus discursos, aumentou em 75 % o gasto com a terceirização do setor público.
Dados do Ministério do Planejamento mostram aumento de 130 % nos custos de locação de mão-de-obra durante o primeiro mandato de Lula. Do último ano do governo Fernando Henrique Cardoso, em 2002, até o ano passado, o aumento, descontada a inflação, foi de 75% – de R$ 857 milhões subiu para R$ 1,96 bilhão. Não se sabe o número de terceirizados, apenas o que é gasto com eles.
O Ministério do Planejamento, no entanto, garante que cresce o número de funcionários concursados, que vão substituir os terceirizados – em quatro anos, teriam sido preenchidas 33.182 vagas. A pasta, no entanto, admite que os contratados terceirizados são necessários para exercer funções de baixo nível técnico, como porteiros e seguranças.
Algumas declarações do presidente Lula, entretanto, são contraditórias. Veja abaixo:
“Houve um tempo em que se tomou uma determinação de terceirizar o país. Havia um tal de Consenso de Washington, que ninguém tinha lido, mas se era de Washington era bom” – janeiro deste ano.
“Estamos acabando com a terceirização em vários lugares, para a gente ter uma máquina pública profissional” – março de 2006.
“Sucateamento da máquina governamental e terceirização da gestão estatal corroeram um patrimônio público construído por gerações, expondo o país ao risco da corrupção” – junho de 2005.
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