Autorizado a cumprir pena em regime domiciliar e já instalado em sua casa no Rio de Janeiro, o ex-diretor de Abastecimento e Refino da Petrobras, Paulo Roberto Costa voltou a ter trechos de sua delação divulgados. O jornal Folha de S. Paulo noticia, nesta quinta-feira, que o delator afirmou à Polícia Federal que a Odebrecht realizou depósito de US$ 23 milhões em sua conta na Suíça.
Na época dos depósitos, Paulo Roberto era diretor de abastecimento da Petrobras e responsável pela obra mais cara da estatal, a Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. O custo final do empreendimento deve passar de R$ 45 bilhões. Em consórcio com a OAS, a Odebrecht ganhou o terceiro maior contrato das obras de Abreu e Lima, de R$ 1,48 bilhão, em valores de 2010. A OAS é acusada pelos procuradores de ter usado sua subsidiária na África para enviar US$ 4,8 milhões para uma conta do doleiro Alberto Youssef, preso desde março.
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O doleiro e Paulo Roberto são acusados de participar de uma quadrilha que desviou recursos públicos, pagou suborno a políticos e lavou dinheiro, segundo as investigações. Em resposta à Folha, a Odebrecht nega ter feito qualquer pagamento para o ex-dirigente da Petrobras. Auditoria do Tribunal de Contas da União divulgada no último dia 24 aponta que a Camargo Corrêa, a Odebrecht e a OAS superfaturaram seus contratos na obra de Abreu e Lima em R$ 367,9 milhões.
A Camargo Corrêa obteve o maior contrato da refinaria, de R$ 3,4 bilhões. As empreiteiras negam que tenha havido sobrepreço nos contratos e contestam critérios usados pelo TCU em suas análises. O pagamento acima do valor contratado inicialmente foi feito por meio de reajustes irregulares, segundo o tribunal de contas.
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