No mesmo voo, o primeiro-secretário da Câmara, Beto Mansur (PRB-SP), sai em defesa do colega e troca ofensas com os manifestantes (veja nos vídeos abaixo). Ele e Paulinho são dois dos principais articuladores do impeachment da presidente Dilma Rousseff na Casa.
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“Este senhor que está aqui sentado, a gente chama de ‘Paulinho da Farsa [Sindical]'”, provocou o passageiro, de pé no corredor do avião e dirigindo-se ao deputado – que, ao perceber a manifestação, apressou-se em folhear o que parece ser uma revista de bordo. Tão logo o homem iniciou o protesto, ouve-se a adesão de passageiros e gritos como “fora, golpista!”. Em quase dois minutos de vídeo, o parlamentar não esboça reação ou responde aos insultos.
“É um senhor golpista. Queria um coro: fora, golpista! Golpista! Golpista!”, continuou o manifestante, acompanhado por vários passageiros – chama a atenção um rapaz que, sentado ao lado de Paulinho da Força, adere aos poucos aos protestos.
Confira no vídeo:
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Aliado do presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Paulo Pereira foi uma das principais peças no impeachment de Dilma na Câmara. Meses antes de iniciado o processo, em dezembro de 2015, por determinação de Cunha, o deputado já mobilizava militantes da Força Sindical nas dependências e nas cercanias do Congresso, em protestos contra o governo petista em diversas ocasiões. Durante os trabalhos que culminaram, em 17 de abril, na admissão do processo de afastamento, os esforços do grupo se intensificaram.
No voo comercial, Paulo Pereira foi socorrido por Beto Mansur, que também passou a ser alvo de gritos como “corrupto!”, “fascista!” e “golpista!”. Em determinado instante do episódio, Mansur chega a levantar para apertar a mão do colega e retrucar passageiros. “Vocês é que são golpistas! A Dilma é que deu golpe!”, rebateu o deputado, também aliado fiel de Eduardo Cunha, aos gritos e de dedo em riste.
“Beto Mansur, ladrão! Corrupto!”, diz uma passageira. “Gente, deixe ele falar sozinho…”, aconselhou uma aeromoça.
Assista ao vídeo:
“Esses caras… Tá tudo louco esse povo aí”, disse Mansur ao Congresso em Foco, que só foi identificado depois que levantou de sua poltrona, nas primeiras fileiras, para prestar apoio ao colega. “O pessoal começa a querer discutir… Pressionaram muito o Paulinho em determinada hora, sabe? Tava [sic] todo mundo em cima dele, e aí eu acabei defendendo ele. Depois o pessoal se acalmou um pouco, ficou gritando só. Faz parte, tudo bem. O pessoal tava sem violência, só falando questões de ordem, tava ótimo”, acrescentou.
Mansur disse ainda que, ao final do voo, os manifestantes ainda voltaram a proferir palavras de ordem, mas o episódio chegou ao fim de modo “calmo”. “Isso faz parte, não tem problema. O detalhe é que às vezes, dentro de um voo, assusta um pouco as pessoas. Mas está tudo bem, tudo certo”, minimizou. O deputado Paulo Pereira da Silva também foi procurado para comentar o episódio, mas ainda não se manifestou.
Notas de Real
Recentemente, a aliança de Paulinho da Força com Cunha com vistas ao afastamento de Dilma provocou outra manifestação popular contra o líder da Força Sindical. Como este site mostrou em 30 de março, o deputado reagiu a uma mulher que o chamou de “traidor” classificando-a como “ladrona”. E, de dentro de seu carro, arremessou-lhe o que parece ser cédulas de Real. O episódio também foi registrado em vídeo, no desembarque do Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, em Brasília.
Ao avistar Paulinho e sua equipe no aeroporto, a mulher passou a acompanhá-los em seu deslocamento até o carro do parlamentar. “Vamos filmar bem os traidores, porque vai ter preço depois”, disse a mulher, enquadrando o deputado e dois assessores que o acompanharam até um carro preto.