Faltando quatro dias para o fim da janela partidária, período em que os deputados federais podem trocar de partido sem punições, o DEM do presidente da Casa e pré-candidato à Presidência, Rodrigo Maia (RJ), o PSL do também presidenciável Jair Bolsonaro (RJ) e o Podemos do senador Álvaro Dias (PR) são as siglas que conseguiram o maior número de novos membros.
Ao todo, os três partidos elegeram em 2014 apenas 26 dos 513 deputados e figuravam, até pouco tempo, no rol de siglas médias ou nanicas. No entanto, de lá para cá, já somam 67 cadeiras na Casa, conforme reportagem do jornal Folha de S. Paulo publicada nesta quarta-feira (4).
De acordo com o jornal, a expectativa de dirigentes é que DEM, PSL e Podemos cheguem a 78 deputados, o triplo do que conseguiram nas urnas. Desde que a janela partidária foi aberta, no último mês, um verdadeiro balcão de negócios foi montado na Câmara. Ofertas como as de melhores condições para que os deputados consigam a reeleição com dinheiro público para campanhas e controle dos diretórios regionais das legendas têm movimentado as siglas em torno da troca de cadeiras.
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O aumento da bancada impacta no poder das legendas na Câmara, aumenta as chances de eleger mais deputados e, consequentemente, resulta em maior fatia de verbas públicas e tempo de propaganda eleitoral na TV a partir de 2019. “O DEM de Rodrigo Maia foi um dos partidos mais poderosos após a ditadura (ainda sob o nome PFL), mas começou um lento processo de encolhimento durante os governos do PT, a partir de 2003”, lembra a reportagem.
PublicidadeEm 2014, o DEM chegou à Câmara com 21 deputados eleitos. Hoje conta com 39 e já figura na sexta maior bancada da Câmara. A expectativa da legenda e chegar a 42 deputados até sábado (7). Apesar dos rumores sobre uma suposta promessa de repasse do fundo eleitoral para campanhas, a legenda negou à reportagem o fato.
Já o PSL foi impulsionado pela filiação de Jair Bolsonaro (RJ). A sigla, que iniciou a legislatura com um deputado, conta agora com nove e espera chegar a 12. “O Podemos, que em 2014 se chamava PTN, deve mais que quintuplicar a bancada, de 4 para mais de 20.
Por outro lado, com pelo menos 13 desfiliações confirmadas, o MDB viu suas bancadas fluminense e paraibana no Congresso desidratarem. Até a noite de ontem (terça-feira, 3), a bancada fluminense da Câmara já tinha encolhido de nove para apenas quatro deputados – um deles, atualmente preso. Os três deputados emedebistas da Paraíba já anunciaram suas desfiliações.
No caso dos deputados do Rio, apesar de registrar cinco deputados em exercício, na prática a realidade é outra, uma vez que a filiação de Serfiotis ao DEM ainda não foi comunicada à Câmara.
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Dos quatro remanescentes, um não comparece à Casa desde o fim de novembro do ano passado: Celso Jacob, que cumpria pena de prisão em regime semiaberto trabalhando durante o dia na Câmara e voltando à noite para a Papuda, teve o benefício revogado, mas ainda não teve seu suplente convocado. Já Pedro Paulo anunciou que deixará o partido, mas adia o anúncio da nova sigla para os últimos dias da janela. Apenas Soraya Santos e Marco Antônio Cabral seguirão no partido. A extinção emedebista na bancada da Paraíba da Câmara foi confirmada ontem.
Confira as idas e vindas do MDB:
Saem:
Vitor Valim (CE), para o Pros
Rodrigo Pacheco (MG), para o DEM
Veneziano Vital do Rêgo, (PB) para Podemos ou PSB
Hugo Motta (PB), para o PRB
André Amaral (PB), para o Pros
Zé Augusto Nalin, Alexandre Serfiotis e Laura Carneiro (RJ), para o DEM
Altineu Côrtes (RJ), para o PR
Celso Pansera (RJ), para o PT
Pedro Paulo (RJ), anunciará novo partido no fim da semana
Josi Nunes (TO), para o Pros
Chegam:
Beto Mansur (SP), confirmou filiação em 3 de abril
Valtenir Pereira (MT), ainda é cogitado como nova filiação.
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