Na próxima segunda-feira (8), o ex-senador Armando Monteiro se filiará ao PSDB, partido pelo qual iniciou a sua vida política. Ao deixar o PTB após 17 anos, Monteiro diz que a legenda “começou a ter posições extremistas”. Segundo ele, o atual presidente da sigla, Roberto Jefferson, ajudou a legenda a “parecer uma seita” ao seguir uma linha bolsonarista. Agora, em outro partido, o ex-ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior no governo Dilma Rousseff pretende fazer oposição a Jair Bolsonaro.
Monteiro deixou o PTB no fim de novembro de 2020 em uma condição que, para ele, foi “natural e amistosa”. O ex-petebista diz que o partido é uma “página virada” em sua vida. “O partido se tornou tudo o que eu não acredito. Roberto Jefferson chegou a proibir o apoio a candidatos de esquerda em nossos estados”, contou o ex-senador e ex-ministro ao Congresso em Foco.
Depois de cumprir pena de prisão por conta do mensalão, Roberto Jefferson voltou à cena política tentando colar sua imagem à de Bolsonaro, a quem convidou para se filiar ao PTB. Ele já defendeu até o uso de armas para enfrentar o Supremo Tribunal Federal e atacou diversas vezes ministros da corte, onde é alvo do chamado inquérito das fake news.
Armando Monteiro diz enxergar no PSDB um partido de oposição clara ao bolsonarismo. A mudança, segundo ele, também faz parte de sua estratégia de se posicionar contra o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB). “Eu sempre fiz oposição ao PSB. E, por isso, quero fortalecer esses vínculos. Ajudar a criar uma oposição forte no estado, unida e articulada. Essa é a minha principal meta”, afirma.
O ex-senador citou a crise sanitária como um dos principais exemplos de “desordem e retrocesso” do governo Bolsonaro. “Tudo o que o governo está fazendo vai contra os meus valores”, disse. O petebista afirma que não tem pretensão de assumir nenhum cargo político nas eleições de 2022. “Ainda é muito cedo para falar sobre isso. Mas, se o PSDB vir em mim um nome importante, estou aberto ao diálogo”, finalizou.
Thaís Rodrigues é repórter do Programa de Diversidade nas Redações realizado pela Énois – Laboratório de Jornalismo, com o apoio do Google News Initiative.
Trocaria apenas o termo “seita” por quadrilha.No mais é isso mesmo , são verdadeiras quadrilhas. .Precisamos iniciar o expurgo o mais rápido possível.Depende muito de nós.