Na tentativa de abafar a crise com o PMDB, a presidente Dilma Rousseff fez mais uma rodada de reuniões com líderes do principal partido aliado do PT. No primeiro encontro desta segunda-feira (10), ela recebeu os peemedebistas para evitar que a crise entre as duas legendas na Câmara se alastre para o Senado.
Participaram do encontro o vice-presidente da República e presidente licenciado do PMDB, Michel Temer; o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL); o líder do governo no Senado, Eduardo Braga (AM); e o líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE). A reunião foi no Palácio do Planalto e durou mais de duas horas.
Mais tarde, Dilma se reuniu com representantes do PMDB na Câmara, o presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (RN), e o presidente nacional do partido, senador Valdir Raupp (RO). A Câmara é o foco da crise que colocou em lados opostos os partidos aliados. Peemedebistas reclamam da articulação política do PT em torno das eleições de outubro e acusam os petistas de querer dominar chapas nos estados para eleger uma bancada maior de deputados. Assim o PT dependeria menos do PMDB para aprovar matérias de interesse do governo no próximo mandato.
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O líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), não foi chamado para a reunião. Ele é o principal representante das insatisfações da base aliada com o governo. O gesto de Dilma é visto como uma tentativa de isolar o deputado, que, nos últimos dias, usou as redes sociais para fazer críticas ao governo. Cunha chegou a propor uma “rediscussão” da aliança com o PT.
Mais cedo, o líder do PMDB na Câmara reagiu ao pedido de Dilma para Temer isolar o parlamentar, que tem sido porta-voz das reclamações dos deputados do partido . “Tentar me isolar é isolar a bancada do PMDB”, publicou Cunha no Twitter, ao dizer que representa a insatisfação da bancada.
Eduardo Cunha convocou reunião da bancada na Câmara para amanhã (11) com o objetivo de “rediscutir” a aliança com o governo Dilma. “Enganam-se os que acham que me comportarei diferente do que a bancada quer. Terça-feira debateremos”, escreveu o deputado hoje.
PublicidadeA revolta dos deputados teve início quando Dilma anunciou uma reforma ministerial para este ano. A presidente teria se recusado a ceder mais um ministério para o PMDB. A indicação seria feita pela bancada do partido na Câmara. A situação piorou depois que o governo anunciou corte de recursos para emendas parlamentares em pelo ano eleitoral.
Ontem (9) Dilma Rousseff recebeu Michel Temer no Palácio da Alvorada para tentar pôr fim à crise. Líderes do PMDB na Câmara e no Senado também participariam, mas foram dispensados do encontro. Eles ficaram em Brasília no fim de semana especialmente para a reunião com a presidenta, mas foram surpreendidos pela dispensa de última hora. Temer disse que a aliança com o PT será discutida apenas na convenção do PMDB, mas que a maioria dos peemedebistas quer “manter o casamento” com os petistas.
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