Naquela época, Palocci desfrutava de prestígio até entre a oposição. Com a queda de Dirceu, em 2005, virara o mais cotado para suceder Lula como candidato do PT. Mas, seis meses após ter se acomodado na Casa Civil, o petista voltou a deixar o governo pela porta dos fundos. Dessa vez, acusado de ter aumentado seu patrimônio em 20 vezes, entre 2006 e 2010. O aumento, segundo ele, tinha sido motivado por consultorias sobre as quais não poderia, por questão contratual, detalhar. Somente em 2010, de acordo com a Folha de S.Paulo, Palocci recebeu R$ 20 milhões por meio da Projeto, sua empresa de consultoria.
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Prisão
Reportagens publicadas na época relatavam que o petista havia feito negócios com empresas públicas e que um de seus clientes tinha sido beneficiado em uma operação de restituição de Imposto de Renda em 2006, quando ele comandava a Fazenda. O pior para Palocci, no entanto, ainda estava por vir: ele está preso em Curitiba desde setembro do ano passado. O ex-deputado e ex-ministro é réu na Operação Lava Jato por corrupção e lavagem de dinheiro.
De acordo com os autos da Omertà, 35ª etapa da Lava Jato, o ex-ministro “estabeleceu com altos executivos da Odebrecht um amplo e permanente esquema de corrupção destinado a assegurar o atendimento aos interesses do grupo empresarial na alta cúpula do governo federal”, entre 2006 e 2015.
Segundo a denúncia aceita pelo juiz Sérgio Moro, a interferência de Palocci se dava mediante o pagamento de propina, destinada majoritariamente ao PT. Os procuradores sustentam que ele atuou em favor da empreiteira no exercício dos cargos de deputado federal, ministro da Casa Civil e membro do Conselho de Administração da Petrobras. Os investigadores ainda apontam Palocci como o “Italiano” que aparece em planilhas e outros documentos relacionados ao pagamento de propina da Odebrecht. O ex-ministro também está na mira de outras duas operações da PF: a Zelotes e a Acrônimo.
Ele nega todas as acusações.
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