O ex-ministro Antonio Palocci, que atuou nos governos de Lula e Dilma Rousseff, afirmou que também ex-ministro Guido Mantega, que o sucedeu no Ministério da Fazenda, criou uma central de vendas de informações privilegiadas para o setor financeiro, em troca de apoio ao PT, durante sua atuação na pasta. A informação foi publicada neste sábado pelo jornal Folha de S. Paulo.
De acordo com Palocci, o Ministério da Fazenda em São Paulo era a sede da central de vendas de dados a respeito de juros e edição de medidas provisórias de interesses de bancos, por exemplo. Conforme informações obtidas pelo jornal, Palocci afirmou que agentes financeiros tinham acesso antecipado a dados importantes.
Condenado no último dia 26 de junho a 12 anos e 2 meses de reclusão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no âmbito da Lava Jato, o ex-ministro já vinha negociando acordo de delação com os procuradores da operação. No fim de abril, Palocci disse ao juiz Sérgio Moro que poderia dar às investigações “mais um ano de trabalho”, entregando nomes e operações.
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A Operação Bullish, deflagrada no dia 12 de maio pela Polícia Federal, foi um fator para que Palocci decidisse delatar. A operação investiga repasses do BNDES ao grupo JBS que ultrapassam R$ 8 bilhões. Apesar de não ter sido alvo na ação, Palocci é apontado como um dos intermediários dos financiamentos, que supostamente viraram propinas para o PT.
Conforme aponta a condenação de Moro a Palocci, o ex-ministro movimentou e ocultou US$ 10,2 milhões, por meio de off-shores no exterior, de uma conta corrente que chegou a movimentar R$ 100 milhões em propinas para cobrir custos de campanhas eleitorais do PT.
A denúncia trata de crimes de corrupção e de lavagem de dinheiro executados mediante depósitos em contas secretas no exterior. Os acertos das propinas teria se dado com Palocci, inclusive no período em que ele detinha o mandato de parlamentar federal e depois como Ministro Chefe da Casa Civil no governo Dilma.
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