Bom jornalismo requer regras claras, apontam profissionais
Na comemoração de seu aniversário de 97 anos, a Folha de S.Paulo promove debates e reflexões bastante oportunas sobre a prática do jornalismo. No debate da quarta-feira (21), sobre o lançamento do novo “Manual da Redação” da Folha, os participantes concordaram que não se faz bom jornalismo sem métodos claros.
No evento que versou sobre a relação jornalista-fonte, o diretor de redação da Veja, André Petry, deu sua receita para o bom exercício da profissão. Ele falou sobre os cinco “nuncas” para o jornalismo, que devem ser evitados no bom exercício da profissão. São eles:
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Nunca se tornar amigo da fonte; nunca prometer o que não deve; nunca deixar a fonte esquecer que seu papel é informar o público; nunca mentir e nunca acreditar fielmente na fonte.
Esse seria o manual de boas práticas a ditar a conduta do profissional de imprensa na tarefa de apurar informação e reproduzi-la de forma correta. Em tempos de fake news e de intolerância, faz bem lembrar boas práticas. Numa sociedade midiática como a atual, os dois lados – fontes e jornalistas – precisam conhecer seu papel e adotar procedimentos corretos. Os ganhos são da sociedade e da democracia.
63,3 milhões de brasileiros são excluídos da internet
O IBGE divulgou esta semana o total de brasileiros que ainda não têm acesso à internet: 63,3 milhões. Até o fim de 2016, eram 21 milhões de lares sem acesso ao serviço. A notícia acendeu alertas no âmbito educacional, pois do contingente de sem-web 47,7 milhões (75% do total) disseram que não usam a rede por falta de conhecimento ou desinteresse.
As informações foram obtidas na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) e são considerados acessos tanto de casa, do trabalho ou escola. Dos que não usam a internet, 9 milhões (14,3% do total) alegaram o alto custo do serviço como impedimento.
Para o professor de Comunicação Digital da Escola de Comunicação e Artes (ECA), da USP, Luli Radfahrer, a falta de intimidade com a internet pode ser também um fator que afasta as pessoas da rede web: “O digital é uma linguagem. Se eu falo uma língua desde criança, eu falo bem, sem sotaque. Se eu aprendi depois de um ponto na vida, vou falar com sotaque ou demorar muito para falar. Muita gente tem problema para entender bem a plataforma. Essa exclusão cultural se dá em várias faixas etárias e em várias faixas de renda”.
Vídeo postado pelo prefeito do Rio causa constrangimentos
Postado pelo prefeito do Rio, Marcelo Crivella, o vídeo da sua visita à Agência Espacial Europeia (ESA) na Alemanha causou constrangimento à instituição. O prefeito divulgou a viagem como sendo de caráter oficial, mas segundo funcionário da ESA tinha “caráter puramente privado”.
Segundo noticiário da mídia, o funcionário não quis ser identificado e chamou de “badalação” a tentativa de vender o compromisso como oficial. No vídeo, o prefeito diz que estava “pegando muita informação para saber o que é mais moderno em termos de vigilância”.
A repercussão da visita de Crivella, realizada durante o carnaval, ganhou contornos ainda mais negativos por contrastar com as cenas de violência mostradas no Rio exatamente no mesmo período da viagem.
Na quinta-feira, depois da intervenção federal no Rio ser decretada pelo presidente Michel Temer, o prefeito fez ironias sobre as chuvas: “Lá em São Paulo também tem enchente. Vão até lançar um programa novo, o Balsa Família”.
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