Parlamentares da oposição na Câmara estão dispostos a utilizar todos os instrumentos de obstrução para encerrar o processo de votação do projeto de lei (PL 6787/16) que altera a legislação trabalhista, previsto para acontecer nesta quarta-feira (26). De acordo com o líder do Psol na Câmara, Glauber Braga (RJ), apesar das tratativas feitas entre governo e deputados da base – como promessas de cargos, garantia de emendas parlamentares e até mesmo a exoneração de ministros para participar da votação –, o Executivo pode ser derrotado mais uma vez.
“Eles [base governista] levam uma vantagem porque é minoria simples, mas estamos fazendo toda a resistência possível. Ao mesmo tempo, a última pesquisa que saiu mostra uma popularidade do Temer ainda mais baixa. Isso tem repercussão aqui no plenário. O governo dá para parlamentar da base emenda, cargo, mas isso pode não ser suficiente para eles conseguirem ultrapassar o desgaste que é votar matérias desse tipo. Se fosse em uma reforma constitucional eles não teriam voto”, disse o líder do Psol ao Congresso em Foco.
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Glauber Braga também lembrou da derrota sofrida pelo governo na sessão de ontem (terça, 25), quando deputados contrários ao projeto que promove a renegociação das dívidas de estados em calamidade impuseram uma derrota ao governo Michel Temer ao conseguir a manutenção de destaque, por insuficiência de votos necessários para rejeitá-lo, apresentado pelo partido Solidariedade ao texto principal. O dispositivo excluiu do Projeto de Lei Complementar (PLP) 343/2017 a contrapartida, imposta a estados que aderirem ao regime de recuperação fiscal, que determinava elevação da alíquota de Previdência Social dos servidores estaduais para 14% e, caso necessário, de alíquota adicional e temporária.
“Ontem, por exemplo, parecia que eles tinham voto. Mas eles perderam a última votação. Não conseguiram o número de votos necessários para ampliar a contribuição previdenciária dos servidores dos estados. É uma mostra, uma tendência”, acrescentou.
PublicidadeDesde o começo da tarde, a sessão tem sido marcada por protestos e manifestações contrárias às propostas do substitutivo do deputado Rogério Marinho (PSDB-RN). Deputados contrários às mudanças previstas no relatório abriram uma faixa com os dizeres “Não mexam nos nossos direitos” e carregaram cartazes com a carteira de trabalho rasgada.