Para concretizar a articulação dos partidos que, até esta quinta-feira são considerados de oposição à gestão Dilma Rousseff, o deputado Eduardo Cunha teria que renunciar de vez ao cargo de presidente da Câmara para que o cargo seja considerado vago. O líder do PSDB na Câmara, Antônio Imbassahy (BA), disse que os partidos de oposição consideram que a decisão do Supremo Tribunal federal que suspender o mandato de Cunha deixa o cargo de presidente da Casa vago.
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Serraglio admite concorrer ao posto se Cunha renunciar ou perder o mandato por quebra de decoro no processo que responde no conselho de ética. “O cargo é do PMDB que tem a maior bancada na Câmara. O partido não abre mão disto”, disse o deputado. Para conseguir a manobra e realizar nova eleição para a presidência da Câmara, a oposição tem que substituir Serraglio na CCJ e substituí-lo por outro parlamentar também do PMDB, a maior bancada que exige ocupar a comissão mais poderosa da Casa.
A permanência de Waldir maranhão no posto de presidente interino incomoda muito aos partidos de oposição ao governo Dilma. É que Maranhão votou contra a abertura do processo de impeachment no dia 17 de abril e hoje se tornou um aliado político do governador do Maranhão, Flávio Dino (PC do B), que também é contra o impeachment. Maranhão contrariou a decisão do PP de votar em conjunto pelo impeachment e por isso é alvo de desconfiança da oposição.
Nesta quinta-feira Serraglio passou quase três horas reunido com o vice presidente Michel Temer na residência oficial do Jaburu. Assistiram juntos a sessão do Supremo que suspendeu o mandato de Cunha e, em consequência, afastado do cargo. Aluno de Temer no curso de pós graduação em direito na PUC de São Paulo, Serraglio seria o presidente ideal para Temer, caso seja aprovado o impeachment da presidente pelo Senado por ser de confiança do vice e da ala oposicionista do PMDB.
Há duas semanas Serraglio chegou a defender a anistia política de Eduardo Cunha, alegando que ele exerceu um papel fundamental na abertura do pedido de impeachment da presidente Dilma. O parlamentar é um dos mais articulados na Câmara e surge como alternativa a impedir que Maranhão, considerado governista, ocupe o terceiro cargo na linha sucessória e com possibilidade de assumir a presidência da República, caso a presidente Dilma Rousseff seja afastada, Temer assuma e tenha que transferir o mais importante cargo público para Maranhão quando for para a abertura da reunião da ONU em junho.
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