No início desta semana, o presidente da Câmara havia devolvido o pedido de impeachment impetrado por Bicudo na primeira semana de setembro, alegando necessidade de ajustes para atender “requisitos formais” exigidos pelo Regimento Interno da Casa. Nesta quarta-feira (16), Bicudo fez o reconhecimento de firma da peça jurídica, um dos ajustes requeridos pela Câmara. Depois de atender às recomendações feitas por Cunha, o pedido foi aditado e protocolado.
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A peça é tida como simbólica e tem apoio de pelo menos 43 entidades contrárias ao governo federal. A solenidade da entrega do pedido de impeachment teve a participação de membros do PSDB, DEM, Solidariedade, PSC, PPS e até do PMDB, mais especificamente dos deputados federais Jarbas Vasconcelos (PE), Lúcio Vieira Lima (BA) e Darcísio Perondi (RS). Alguns deputados empunharam miniaturas do boneco do ex-presidente Lula vestido como presidiário, chamado de “Pixuleco”, e tido com um símbolo das mobilizações de rua realizadas neste segundo semestre.
A peça já era assinada pela advogada Janaína Paschoal e agora, com seu aditamento, também tem como co-autor o jurista Miguel Reale Júnior. “Eu tive que lutar contra a ditadura dos fuzis e agora estou lutando contra a ditadura da propina”, afirmou Reale Júnior. “Hoje é um dia marcante. Um dia de grandes mudanças. A partir de agora, nós precisamos caminhar para o novo”, afirmou a filha de Bicudo, Maria Lúcia Bicudo, que representou o pai na solenidade.
Durante a entrega, integrantes de movimentos anti-Dilma como o Brasil Livre e o Vem Pra Rua pediram ao presidente da Câmara celeridade à análise deste novo pedido. “O melhor momento [de analisar o pedido de impeachment] é o mais rápido possível. O país cansou de sangrar”, disse o presidente do MBL, o blogueiro Fernando “Holiday” Silva. “O povo pobre nunca foi tão enganado ou tão roubado por um partido e um político”, complementou Silva em referência ao PT e ao ex-presidente Lula.
O pedido de impeachment acusa a presidente de ter cometido crime de responsabilidade tanto pelos fatos relacionados à Operação Lava Jato, quanto pelo atraso proposital de recursos de programas sociais aos bancos públicos, o que tem sido chamado de “pedalada fiscal”.
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