O líder do Democratas na Câmara, Mendonça Filho (PE), declarou que vai propor uma representação contra a presidenta Dilma Rousseff por abuso de poder e crime eleitoral em razão do pronunciamento feito por ela ontem (30) à noite, em cadeia de rádio e TV. Segundo ele, Dilma utilizou o espaço destinado à Presidência, em comemoração ao Dia do Trabalho, para fazer campanha eleitoral antecipada, por ter feito críticas à oposição, dias após a divulgação de pesquisas que apontam queda em suas intenções de voto para a reeleição.
“Se trata de mais uma instrumento institucional que está sendo privatizado pelo PT. Não se pode usar de um pronunciamento em cadeia nacional, com mais de 60 dias de antecedência à campanha eleitoral, para bater na oposição só porque estamos crescendo nas pesquisas”, afirmou o deputado.
O oposicionista classificou de “desespero” as medidas de impacto econômico e social anunciadas pela presidenta na TV e no rádio, como o aumento do benefício do Bolsa Família, a correção da tabela do Imposto de Renda e a continuação da política de valorização do salário mínimo. “Estão querendo prometer em dois meses tudo aquilo que não fizeram em 12 anos, e o que é pior: usando dinheiro público para isso”, criticou.
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“Presidente fragilizada”
Em nota divulgada ontem à noite, o pré-candidato à Presidência pelo PSDB, senador Aécio Neves (MG), disse que o pronunciamento de Dilma reflete “o desespero de um governo acossado por sucessivas denúncias de corrupção e uma presidente da República fragilizada pelo boicote da sua própria base”. Segundo Aécio, o PSDB estuda entrar com representação contra a petista por propaganda eleitoral antecipada.
De acordo com o tucano, Dilma falou de um país onde a inflação é “obra do acaso e não dos desacertos” do governo. “Da mesma forma, debita a perda de credibilidade da Petrobras à fiscalização e cobranças das oposições e não como resultado da ação daqueles que transformaram a maior empresa brasileira em um balcão de negócios, sob grave suspeição”, atacou.
PublicidadeEm seu pronunciamento, Dilma reafirmou que todas as denúncias envolvendo a Petrobras serão apuradas. Mas destacou a existência de uma “campanha negativa” contra a estatal brasileira. “Não vou ouvir calada a campanha negativa dos que, para tirar proveito político, não hesitam em ferir a imagem dessa empresa que o trabalhador brasileiro construiu com tanta luta, suor e lágrimas”, afirmou a presidenta.
Veja a íntegra do pronunciamento:
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