Depois dos problemas que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (Ipea) teve ao divulgar um relatório em setembro apontando crescimento da desigualdade social no Brasil que terminou em saia justa para o governo. Nesta sexta-feira mais um instituto teve problemas com seus relatórios: O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
O diretor da instituição Herton Araújo pediu demissão uma semana depois de anunciar que o Ipea não publicaria – até o final do segundo turno – sua tradicional avaliação dos microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) 2013. A pesquisa é importante porque revela anualmente se o número de pobres e miseráveis subiu ou diminuiu no ano passado. O estudo ganha especial no período eleitoral uma vez que erradicar a miséria foi uma das principais promessas da administração Dilma Rousseff.
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O Ipea chegou a emitir uma nota pública informando que não divulgaria os dados para não infringir a Lei das Eleições e negando qualquer censura por parte do governo na decisão de não liberar os dados até 26 de outubro. “O Instituto vem mantendo normalmente a publicação de periódicos e obras enviadas para editoração até 5 de julho –data em que passaram a valer restrições estabelecidas a agentes públicos na Lei das Eleições (9.504/1997)–, mas suspendeu até 26 de outubro a divulgação de estudos não periódicos produzidos neste ínterim. A decisão baseou-se no entendimento de que uma instituição de pesquisa de Estado não deveria, neste período, suscitar acusações de favorecimento a um ou outro candidato”, destaca um trecho da nota.
A decisão de não divulgar os dados foi tomada, segundo a assessoria de imprensa do Ipea, uma reunião ocorrida no mês de agosto com toda a Diretoria Colegiada do órgão. Conforme matéria veiculada no jornal Folha de S.Paulo, Herton Araújo titular da diretoria de Estudos e Políticas Sociais colocou seu cargo à disposição por não concordar com a decisão da cúpula.
Veja a íntegra da reportagem no site do jornal
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