Há oito dias a Mesa Diretora posterga a tomada de providências em relação ao pagamento pela Câmara de uma passagem usada por um colaborador do empresário Fernando Sarney. A 3ª Secretaria da Casa, responsável por controlar o fornecimento de requisições de passagens aos deputados, nada fez para desvendar o caso. O 3°secretário da Mesa Diretora da Câmara, deputado Odair Cunha (PT-MG), disse que ia pedir informações à TAM sobre origem do bilhete, mas nada foi feito. Por meio de sua assessoria, o deputado mineiro disse que o caso não está entre suas prioridades.
Cunha ainda não começou a investigar o caso mesmo depois de receber pedidos de providências dos deputados Carlos Abicalil (PT-MT) e Valadares Filho (PSB-SE). Os dois parlamentares trocam acusações desde a publicação na reportagem no site e têm versões diferentes sobre o caso. Nos documentos repassadas à PF pela TAM, o nome de Abicalil aparece em uma das planilhas de expedição da passagem na loja da companhia aérea na Câmara.
A informação indica que o bilhete de embarque foi comprado por meio da cota mensal a que Abicalil tem direito para fazer deslocamentos semanais entre Brasília e seu estado. Procurado pelo site, o deputado do PT mostrou-se indignado. Ainda na quarta-feira (4), em nota, disse que sua cota foi emprestada, “sem o seu conhecimento prévio” ao gabinete de Valadares Filho. No mesmo dia, o deputado sergipano negou em entrevista qualquer responsabilidade pelo pagamento da passsagem. Valadares refutou a declaração de Abicalil duas outras vezes, em notas distribuídas pela assessoria.
Procurado novamente ontem (12) pelo site, a assessoria de Abicalil informou que ainda aguarda informações da TAM. O deputado pediu para a companhia aérea o extrato de todos a passagens emitidas em julho de 2008, já que Marco Antônio Bogéa usou o bilhete no dia 19 de julho do ano passado. Antes de receber essas informações, o deputado do Mato Grosso não quer se pronunciar outra vez sobre o assunto. (Lúcio Lambranho)
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