Na noite da última terça feira (03), às vésperas do julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) que decidiu pela não concessão de habeas corpus preventivo para o ex-presidente Lula, o comandante do Exército, Eduardo Villas Boas, publicizou comentários em “repúdio à impunidade”. O militar sugeriu veladamente que o Exército poderia agir a depender do resultado do julgamento, agindo como indutor de violência entre os brasileiros, incentivando os mais desequilibrados a se insurgir contra a Constituição.
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Anteriormente, o general da reserva Luís Gonzaga Schroeder Lessa já havia incentivado a violência. O ex-oficial afirmou que “vai ter derramamento de sangue, infelizmente, é isso que a gente receia.” Disse ainda que essa crise “vai ser resolvida a bala”.
Até os mais corruptos, no discurso, são contra a impunidade. Um general da ativa se manifestar num momento como esse para falar o óbvio e, de maneira indireta, dar um “toque” no Supremo Tribunal Federal para avisar – inclusive aos seus de farda – que não está alheio a essas demandas é absolutamente negativo e reprovável. E, como bem lembrou a economista Laura Carvalho em seu twitter, contrário ao próprio Regime Disciplinar do Exército.
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O Brasil está sobressaltado com o assassinato da nossa vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes, o que desmonta a ideia de que a intervenção militar no Rio de Janeiro teria vindo para coibir a violência. Soma-se a isso o atentado a bala contra a comitiva de Lula, no Sul do país. O quadro é de uma escalada de violência política inédita desde a redemocratização. As declarações do general Villas Boas só aprofundam esse contexto.
PublicidadeFelizmente, também temos militares pregando o óbvio numa democracia, o respeito à Constituição. Um dia após a manifestação do comandante do Exército, Nivaldo Rossato, chefe da Aeronáutica, disse em boletim interno que “militares não devem colocar convicções próprias acima das instituições”. Lembrou ainda que militares da ativa e da reserva “devem seguir fielmente a Constituição”.
O que precisamos é de mais democracia e justiça, com muita força e participação popular. Quem está na função militar da ativa deve se preservar de manifestações politicas com intuitos, inclusive, partidários.
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