Dia desses li que em 2016 a cidade de Los Angeles, nos EUA, conseguiu reduzir em 80% os índices de sujeira em suas ruas. Fiquei curioso: qual o segredo? Descobri, então, absolutamente fascinado, que o mérito foi exclusivamente de algo denominado “transparência”. Simples assim.
Tudo começou com a disponibilização, para a população, de um mapa no qual registra-se, em tempo real, tudo o que se relaciona a lixo – de dejetos não recolhidos a depósitos ilegais, está tudo lá. A partir daí os problemas passaram a ficar absolutamente claros para todos – população e administração – e as soluções, como que num passe de mágica, apareceram.
O passo seguinte foi aplicar o mesmo princípio ao trânsito. Cada acidente e atropelamento passou a ser inserido em um mapa igualmente tornado público por meio da internet. A partir daí, foi apenas uma questão de tempo para descobrirem, por exemplo, que 65% das colisões aconteciam em apenas 6% das vias – as quais, então, passaram a ser objeto da intervenção estatal.
Esse sistema foi evoluindo: passou a demonstrar eventuais problemas na disponibilização – e na isonomia – dos serviços de saúde, do saneamento básico, de obras que estejam sendo realizadas e até mesmo da segurança pública.
A partir de tal transparência a população e os órgãos de fiscalização passaram a poder cobrar, de forma mais eficiente, certas ações da administração pública – e esta passou a ter condições de agir inclusive preventivamente. Tradução: todos ganharam.
PublicidadeEssa filosofia de trabalho refletiu o êxito de uma experiência pioneira realizada também nos EUA, na cidade de Detroit. Lá, só para que se tenha uma ideia, passaram a ser exibidos em um mapa até os buracos existentes nas ruas – e desde quando apareceram.
Medite, agora, sobre a administração pública que atende a maior parte da humanidade. Escondida atrás de dados sigilosos ou estatísticas mentirosas, abafa a verdade simples de que nada mais eficiente para acabar com o mofo do que um raio de sol!
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