Nomeado para assumir a presidência do Fundo de Investimento em Infraestrutura do FGTS (FI-FGTS), Luiz Fernando Emediato foi acusado em recente delação do diretor da holding J&F, Ricardo Saud, por exigir repasses de propina. Emediato já foi assessor da Força Sindical, a central dirigida pelo deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP), e presidente do Conselho do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).
De acordo com Saud, a aproximação de Emediato se deu entre 2012 e 2013, quando ele era assessor especial do ex-ministro do Trabalho Brizola Neto. Saud diz ter ido pedir ajuda devido a JBS estar sofrendo fiscalização considerada desleal em relação aos pequenos frigoríficos.
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No primeiro momento, Emediato afirmou, segundo o delator, que não podia interferir no trabalho dos fiscais, mas voltou atrás e afirmou que faria um projeto piloto no Rio e em Minas Gerais com intuito de intensificar o serviço nos pequenos frigoríficos.
O serviço não era prestado gratuitamente, acrescenta Saud, Emediato cobrou R$ 20 mil por frigorifico, conforme informações do delator, em processo que totalizou R$ 2,8 milhões em propinas.
Por meio de nota divulgada à imprensa, Emediato confirma ter recebido Saud e diz que emitiu notas fiscais para o grupo, mas informa que as notas se referem a serviços de assessoria prestado por sua empresa, a Geração e Comunicação, em campanha publicitária.
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“O senhor Saud realmente nos procurou, mas ele me acusa de um ato impossível. Incomodado com a fiscalização dos frigoríficos da JBS, ele realmente pediu ao MTE uma fiscalização “rigorosa” dos demais frigoríficos e em seus delírios propôs “pagar” aos fiscais por isso. Ninguém o levou a sério. Não era prioridade, naquele momento, fiscalizar este setor”, ressalta no texto.
Fundo
Criado em 2007, o fundo é composto por recursos do trabalhador e serve para financiar projetos de infraestrutura nos setores de rodovias, portos, hidrovias, ferrovias, energia, saneamento e aeroportos.
Em reunião ordinária realizada no último mês, Luiz Fernando de Souza Emediato, da Força Sindical, e Caio Mário Alves, da Central Nacional dos Trabalhadores, foram eleitos, respectivamente, presidente e vice-presidente do comitê. O mandato começou a vigor a partir de 1º de junho. O estatuto prevê rodízio entre as três bancadas do grupo – do governo, dos trabalhadores e dos empregadores.
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