Mais novo delator da Operação Lava Jato, o lobista Milton Pascowitch relatou a investigadores da força-tarefa que intermediou pagamento de propina ao PT e ao ex-ministro José Dirceu para garantir contratos da empreiteira Engevix com a Petrobras. Segundo Pascowitch, Dirceu passou a receber pagamentos e favores em troca de ter se tornado uma espécie de “padrinho” da empreiteira. As informações são da Folha de S.Paulo.
Os pedidos de dinheiro do petista eram “insistentes” e os repasses eram feitos de formas diversas, segundo declarações de Pascowitch. O lobista contou que, em uma das operações, fez uma doação a arquiteta que reformou um dos imóveis de Dirceu.
O depoimento foi dado em acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal, homologado na segunda-feira (29). Como parte do trato, o lobista saiu da carceragem da Polícia Federal, em Curitiba, onde estava desde maio, e passou a cumprir prisão domiciliar, em São Paulo.
Pascowitch também contou que o esquema de repasse de propinas na diretoria de Serviços da Petrobras começou com a nomeação de Renato Duque, em 2003, com o aval de Dirceu, então ministro da Casa Civil.
O lobista diz ter começado a distribuir o suborno a partir de 2008, após a entrada da Engevix no projeto Cabiúnas, obra que visava aumentar a capacidade do complexo de terminais que escoa parte do óleo da Bacia de Campos, no Rio. Segundo ele, uma parte das receitas da Engevix em contratos com a diretoria de Serviços era transferida para Duque, que depois se encarregava de redistribuí-la ao PT.
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O ex-ministro José Dirceu afirmou, por meio de nota ao jornal, que sua defesa não teve acesso aos termos e ao conteúdo da delação premiada do lobista Milton Pascowitch e que, portanto, não teria como emitir opiniões a respeito.
PublicidadeDirceu ainda disse que “não teve qualquer influência na indicação de Renato Duque para a diretoria da Petrobras, informação reafirmada pelo próprio Duque em depoimento em juízo e à CPI da Petrobras”.
A assessoria de imprensa do PT informou que não se pronunciaria sobre as acusações feitas pelo lobista Milton Pascowitch no âmbito do acordo de delação premiada. O partido tem repetido que só recebe doações legais e registradas.
O advogado da Engevix, Antônio Sérgio Pitombo, não quis comentar.
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