É bom lembrar que a arquidiocese de São Paulo autorizou a homenagem após acompanhar cuidadosamente todas as fases da confecção das alegorias e figurinos, para evitar qualquer tipo de vulgaridade e desrespeito à Mãe de Deus e Nossa Mãe. Bonita também a participação do Padre Reginaldo Manzotti na abertura do samba cantando um trecho de uma famosa canção de Roberto Carlos. Espero que o desfile seja também respeitoso.
Eu acredito que Nossa Senhora vai ficar feliz com essa homenagem, prestada pelo povo do seu jeito. Afinal das contas fez questão de entregar sua imagem venerada ao povo brasileiro por meio das mãos de pobres pescadores que talvez gostassem de cantar e dançar ao ritmo do samba.
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Inclusive se apresentou nos traços do povo negro que esbanja beleza, harmonia e festa cantando e dançando aos ritmos da Africa, sua terra amada, de onde foi arrancado à força por escravizadores que se diziam cristãos e faziam questão de venerar Nossa Senhora. Tenho certeza que Nossa Mãe Aparecida está feliz com essa homenagem singela, entrando no ritmo e ensaiando seus passos arrastada pela alegria a que o povo tem direito, naturalmente sem os excessos da vulgaridade.
Ela fica sofrida e se sente desrespeitada quando seus filhos e suas filhas amados têm sua dignidade pisoteada e a vida arrancada prematuramente pela violência, a injustiça, a corrupção, a mentira deslavada e a cultura da morte que massacra, sobretudo o povo pobre, negro e da periferia. ESSE É O MAIOR ESCÂNDALO, DO QUAL TEMOS QUE NOS ENVERGONHAR.
Com Maria libertadora renovo o compromisso de desfilar com o amado povo brasileiro até chegar o novo dia – quando, ao redor da mesa do Reino, poderemos sambar o samba da Vida em plenitude.
Publicidade* Conhecido como Padre Xavier, é missionário comboniano. Membro da Pastoral do Menor e Carcerária da Arquidiocese da Paraíba e do Centro de Direitos Humanos Dom Oscar Romero (Cedhor).
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