Folha de S. Paulo
Aliança de Campos e Marina ameaça palanques estaduais
Além de surpreender oposição e governo, a união de Marina Silva com o governador Eduardo Campos (PE) pode ameaçar a esperada adesão do PSB à campanha de reeleição do tucano Geraldo Alckmin em São Paulo. Palanques podem ser afetados em outros Estados também.
Segundo a Folha apurou, PSB e Rede se reunirão esta semana para desenhar o mapa nacional de alianças e definir onde haverá revisão de acordos com outros partidos.
“Vamos afinar a viola. Evidente que teremos ajustes. Em muitos lugares, teremos de dar uma revisada em Estados que se podia negociar com o PSDB. Revisão não significa que vai mudar. Temos que avaliar se a ideia de palanque duplo com Alckmin é o caminho. Pode não ser”, disse Beto Albuquerque (PSB-RS), líder da sigla na Câmara.
Por ora, nem candidatura própria é descartada. Campos e Marina devem se encontrar em São Paulo esta semana.
Independentemente do desfecho no Estado, o casamento político sacramentado no sábado produziu seu primeiro efeito colateral: deixou mais caro o apoio do PSB a Alckmin. A legenda pleiteava a vaga de vice na chapa.
É preciso resgatar a esperança, diz presidente do PSB
Leia também
Dois dias depois de ter filiado Marina Silva ao seu partido, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), afirmou que o país merece ter uma opção que “resgate a esperança”.
“No fundamental, nós [eu e Marina] estamos de acordo que o Brasil merece ter uma opção que resgate a esperança, a leveza na política, os valores, a ética e o compromisso com o povo e a sustentabilidade”, disse Campos ontem no Recife.
O governador reconheceu a existência de divergências entre as duas legendas.
“Nós fizemos uma aliança programática, e nós reconhecemos as diferenças que temos. Tanto é que somos dois partidos. Um com 60 anos e um com um ano, recém-criado. Vamos aprender um com o outro. Para o PSB, é muito importante essa convivência com a Rede.”
Para Lula, pacto acrescenta pouco a Marina
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem a aliados que a filiação de Marina Silva ao PSB “engrandece” o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, mas “acrescenta pouco” a ela.
Lula acredita que “ainda é cedo” para fazer uma avaliação sobre o impacto que a dupla terá no quadro sucessório de 2014.
Ele não deixa de observar, porém, que se surpreendeu com o fato de Marina abrir mão do capital político que a colocava em segundo lugar nas pesquisas para ser vice de um candidato que tem menos de 10%.
No último Datafolha, divulgado em agosto, a ex-senadora aparece com 26%, enquanto Eduardo Campos tem 8%.
O ex-presidente se reuniu ontem com aliados por mais de cinco horas em um hotel na zona sul da capital paulista. O encontro, agendado há dez dias pelo Instituto Lula, tinha como objetivo discutir a conjuntura econômica do Brasil.
Aécio põe em dúvida candidatura de Campos
O senador mineiro e presidenciável tucano, Aécio Neves, disse que o PT sofreu uma derrota dupla ao não inviabilizar a candidatura de Marina Silva à Presidência – o que ele não descarta – e ao perder o governador Eduardo Campos (PSB) para o campo da oposição.
Leia, a seguir, os principais trechos da entrevista à Folha concedida em Nova York, onde Aécio faz hoje uma palestra para investidores:
A dobradinha de Marina e Eduardo Campos foi uma surpresa?
Aécio Neves – Não há por que não admitir que foi uma surpresa. Claro que a surpresa da decisão leva a todo o tipo de avaliação, mas o que é muito claro é que temos hoje dois ex-ministros do presidente Lula no jogo eleitoral atuando no campo da oposição. São muito bem-vindos.
Em uma eventual candidatura do PSB, o PT sofre uma derrota neste primeiro momento, porque trabalhou neste último ano para inviabilizar uma candidatura da Marina. E, por meio do presidente Lula, para a cooptação do Eduardo ao campo governista. Não aconteceu nenhuma dessas duas questões.
Nas conversas com o Eduardo, fica muito claro esse distanciamento em relação ao governo. Confio que, naturalmente, durante o processo eleitoral, o nosso antagonismo em relação ao governo é o que vai nos aproximar.
O senhor diz que o PT teve essa dupla derrota, mas eles dizem que um candidato da oposição a menos os favorece.
Eles queriam que a Marina não estivesse no jogo. Ninguém pode dizer que amanhã não será candidata. E nós sempre tivemos uma preocupação com a manutenção da candidatura do PSB.
Sempre pairou uma certa dúvida, se ia até o final, se o presidente Lula faria um apelo e Eduardo sairia do jogo. Hoje, a candidatura do PSB, se não é uma certeza, pelo menos avançou muito nessa direção.
Mensalão termina antes da eleição, diz Fux
O novo relator do processo do mensalão no STF (Supremo Tribunal Federal), Luiz Fux, diz acreditar que a próxima fase de recursos do caso será concluída no primeiro semestre de 2014.
O ministro afirmou que deve elaborar seu relatório e voto no processo em dez dias e o julgamento da nova etapa de apelação deve durar de dez a vinte dias.
Ele, porém, lembrou que só poderá começar a trabalhar após a superação de três fases: a de publicação do resultado do julgamento encerrado em setembro, a de apresentação dos novos recursos pelos réus, em 30 dias, e a de manifestação do Ministério Público, em mais 30 dias.
Dilma elogia protestos, mas defende gastos na Copa-2014
Em entrevista ao Programa do Ratinho (SBT), veiculada ontem, a presidente Dilma Rousseff elogiou as manifestações de junho, mas defendeu os gastos do país com a realização da Copa de 2014.
Segundo Dilma, os protestos de rua “fazem parte do processo da democracia e da evolução social do Brasil. Eles têm um sentido positivo: acho que eles querem mais democracia, mais garantias de direitos. Ninguém quer ficar parado, você quer sempre avançar”.
A presidente afirmou que, sem as manifestações, dificilmente o governo conseguiria aprovar 75% dos royalties do pré-sal para a educação e 25% para a saúde, nem estruturar o programa Mais Médicos.
Em relação à Copa, Dilma afirmou que o país precisa saber que a competição é um valor mundialmente importante, e que os dirigentes de outros países frequentemente a cobram sobre isso.
Ideli usa aeronave de resgate em seu reduto
A ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) visitou obras e participou de inaugurações em Santa Catarina, sua base eleitoral, em um helicóptero da Polícia Rodoviária Federal usado, entre outras coisas, para fazer atendimentos médicos.
Responsável pela articulação política do governo, Ideli usou cinco vezes a aeronave de 2012 a 2013 para inaugurar obras rodoviárias, lançar editais, inaugurar posto da PRF e se reunir com prefeitos. O caso foi revelado ontem pelo “Correio Braziliense”.
O helicóptero é da PRF e tem convênio com o Samu em Santa Catarina –o órgão conta ainda com apoio de uma aeronave dos Bombeiros.
Ideli usou o helicóptero duas vezes em 2012 e três em 2013. Em 25 de janeiro deste ano, a ministra aproveitou a sexta-feira para cumprir agenda em seu Estado. Essa é uma das datas que constam nos registros da PRF como transporte da ministra. Naquele dia ela foi a Timbé do Sul para anuciar o edital de licitação de obras na BR-285.
“Tem uma instrução normativa da Polícia Rodoviária Federal que legaliza isso, que autoriza isso”, disse Ideli: “Todas as utilizações foram autorizadas pela Polícia Rodoviária Federal. Portanto, não tem nenhuma ilegalidade. Outros ministros já utilizaram ou utilizam”.
PF pede investigação contra dois deputados
A Polícia Federal quer que o STF (Supremo Tribunal Federal) autorize a abertura de investigação contra dois deputados federais que usaram notas fiscais de empresas suspeitas de participarem do esquema de lavagem de dinheiro e desvio de recursos de fundos de pensão.
Os nomes dos deputados federais Taumaturgo Lima (PP-AC) e Fernando Torres (PSD-BA) apareceram em documentos da investigação que tramitava no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e apurava o uso de empresas para lavar dinheiro.
Na semana passada, parte da investigação sobre os fundos de pensão já havia sido remetida ao STF pela Justiça Federal porque outros três deputados federais foram flagrados em conversas com o doleiro Fayed Traboulsi, acusado de ser um dos chefes da quadrilha que movimentou R$ 300 milhões em 18 meses.
Filósofo Vladimir Safatle entra no PSOL e pode ser candidato ao governo de SP
O filósofo e professor da USP Vladimir Safatle se filiou ao PSOL e é apontado como potencial candidato ao governo de São Paulo em 2014. “Tudo isso é muito prematuro”, disse Safatle, que é colunista da Folha.
Ele negou a possibilidade de se candidatar a deputado e disse que conversa com o PSOL há cerca de um ano.
Em 2012, Safatle coordenou o programa da área da Cultura do então candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad.
O Globo
Mais vandalismo em protesto
Durante duas horas e meia, a passeata dos professores realizada ontem no Centro e convocada pelas redes sociais foi pacífica. Por volta volta das 20h, no entanto, o ato — que, segundo o Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe), reuniu 50 mil pessoas e a PM, apenas dez mil — terminou em conflito. Mais uma vez, vândalos se infiltraram na manifestação, causando tumulto e quebra-quebra. Policiais entraram em confronto com manifestantes nas imediações da Câmara dos Vereadores, após black blocs encapuza-dos quebrarem vidros de portas e janelas de prédios da região. Do lado de fora*, o Palácio Pedro Ernesto foi pichado. Houve ainda tentativa de invasão da sede do Legislativo municipal. Além disso, morteiros e um coquetel molotov foram jogados contra a Câmara, fazendo com que parte de um gabinete e de uma sala fosse incendiada. Pelo menos cinco agências bancárias foram depredadas e uma loja do McDonald”s teve a sua fachada destruída. Um ônibus da linha 324 (Ribeira-Castelo), que estava vazio, foi incendiado na Avenida Rio Branco. Outro coletivo, da linha 350 (Irajá-Passeio), foi depredado.
Edifícios tiveram tapumes arrancados para a montagem de barricadas, e câmeras da Rua Evaristo da Veiga foram danificadas. Na esquina da Rio Branco com a Presidente Wilson, uma loja de celulares foi saqueada depois de ter as vidraças estilhaçadas. Após se limitarem a observar o início das depredações, PMs resolveram agir, utilizando bombas de efeito moral para conter o quebra-quebra e dispersar os manifestantes. Quinze pessoas, incluindo um menor, foram detidas. Até o fim da noite, 11 já haviam sido liberadas.
A passeata começou no fim da tarde, saindo da Candelária em direção à Cinelândia e ocupando toda a extensão da Avenida Rio Branco. À frente da manifestação, um grupo de jovens, bem-humorados, se identificava como “”tropa de professores” em referência ao filme “Tropa de elite” Eles cantavam uma paródia da música-tema do longa de José Padilha, enquanto jogavam estalinhos no chão.
Reprovação de 30%
Quase um em cada três cursos de graduação que participaram do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) no ano passado recebeu conceito 1 ou 2, o que eqüivale à reprovação, na escala que vai até 5. Balanço divul-j gado ontem pelo Ministério da Educação (MEC) mostra que 30% dos cursos em todo o país obtiveram conceitos 1 ou 2. Esse percentual chegou a 36% nas faculdades de Administração e 33%, nas de Direito. Ao todo, fizeram a prova 536 mil for-mandos em 17 áreas do conhecimento.
O Enade avaliou estudantes de 6.306 cursos, atribuindo o conceito insuficiente a 1.887 deles, dos quais 149 no Rio de Janeiro. O resultado do exame por si só, porém, não basta para que o MEC tome providências em relação a essas faculdades. Elas só sofrerão sanções, como suspensão de vestibulares, se forem reprovadas no chamado Conceito Preliminar de Cursos (CPC), no qual a nota do Enade tem peso de 55%.
PT aposta em crise entre PSB e Rede
Os petistas voltaram ontem a Brasília com um discurso pronto sobre o impacto da aliança de Marina Silva (Rede) com o governador de Pernambuco, Eduardo Campos(PSB): todos perderam com esse arranjo político, menos a presidente Dilma Rousseff, que ainda pode se eleger no primeiro turno. Em reuniões com o presidente nacional do PT, Rui Falcão, ou em discursos no plenário, os petistas reclamaram do discurso de Marina, que anunciou guerra ao PT e ao “chavismo” e ainda apostam em um desentendimento entre a ex-ministra e Eduardo Campos no início do ano que vem, quando devem definir quem será cabeça de chapa.
— A esperteza, quando é demais, come o dono. O Eduardo Campos agora tem em casa uma pessoa com 25% das intenções de voto e que fala com a sociedade e não com as lideranças partidárias — reagiu um dirigente petista.
Pego de surpresa com a decisão de Marina de se filiar ao PSB, o PT aguarda as pesquisas de intenção de voto para ver o impacto da aliança no eleitorado. Integrante do Diretório Nacional e um quadro histórico da corrente majoritária do PT, Francisco Rocha, o Rochinha, foi na linha de ataque a Eduardo Campos, tentando vincular a imagem do ex-aliado ao falecido senador Antônio Carlos Magalhães, apelidado de “Toninho Malvadeza”!
Meio ambiente e desenvolvimento, arestas entre PSB e Rede
Após a formalização do acordo entre Marina Silva e Eduardo Campos no sábado, dirigentes da Rede Sustentabili-dade e do PSB se encontram hoje para começar a encaminhar a discussão de um programa conjunto, a mapear a situação dos partidos nos estados e contornar as divergências que começam a aparecer. Os responsáveis por comandar as conversas serão o secretário-geral do PSB, Carlos Siqueira, e o coordenador de organização da Rede, Pedro Ivo Batista.
Conforme explicitado no documento assinado pelas duas legendas sábado, a base progra-mática do acordo tem dois pilares: a decisão de se “aprofundar a democracia” e construir bases para o “desenvolvimento sustentável” E é o segundo pilar do acordo que tende a se tomar o ponto mais sensível da negociação entre as legendas. Eduardo Campos vinha tentando uma aproximação com o agrobusiness, com o qual a Rede mantém relação conflituosa. Agora, terá de conciliar o ambientalismo ao discurso para o setor produtivo.
Após ‘sincericídio’, Sirkis evita polêmica
Após suas críticas contra a ex-senadora Marina Silva em seu blog, o deputado federal Alfredo Sirkis preferiu não polemizar e disse que o desentendimento entre os dois está superado. Anteontem, eles tiveram um encontro de três horas no apartamento de Marina, em Brasília, prometeram um ao outro enterrar o episódio e não fazer mais comentários à imprensa sobre o ocorrido.
No espaço de tempo entre a rejeição do registro da Rede Sustentabilidade pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na noite de quinta-feira, e a decisão de migrar para o PSB junto com Marina, na manhã de sábado, Sirkis fez um desabafo, classificado por ele como “sincericídio” e afirmou que a ex-senadora tinha limitações e cultivava um processo decisório “caótico”
— O que é mais importante é a nossa amizade, muito mais importante que a questão política. Eu acho que, para mim, já são águas passadas — afirmou Sirkis, um dos principais apoi-adores de Marina na construção da Rede Sustentabilidade.
Perguntado se mantinha as críticas a Marina, o deputado preferiu ser mais cauteloso:
— Eu acho que, naquele momento, foi emitida uma opinião em relação a fatos que aconteceram até aquele momento. No momento seguinte, aconteceu um novo fato. Então, não me sinto mais à vontade para falar sobre fatos anteriores, porque eles foram superados por fatos novos de grande magnitude.
Com Marina, PSB ganha possibilidade de apoiar Miro
A ida da ex-senadora Marina Silva para o PSB ajuda o governador de Pernambuco e pré-candidato à Presidência, Eduardo Campos, a trabalhar pelo palanque que não tinha no Rio. Com o atual cenário, a aposta mais forte é que o PSB faça uma aliança com o recém-criado PROS, que deve lançar o deputado federal Miro Teixeira ao governo do estado.
Miro estava no PDT, mas foi um dos que trabalhou para que a Rede Sustentabilidade, partido de Marina, obtivesse o registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Com a rejeição da Corte, caiu nos braços do PROS. Dentro do PSB do Rio, a avaliação é que o diálogo com quem estava construindo a Rede tem de ser estreitado, o que inclui Miro.
— Essa é uma possibilidade que se adensou muito a partir do último movimento nacional — afirmou o deputado Glauber Braga, vice-presidente da comissão provisória que assumiu o PSB do Rio, sobre o apoio a Miro na disputa.
A força de Marina no Rio é uma das apostas para alavancar a candidatura de Campos. No estado, a ex-senadora foi a segunda mais votada na última eleição presidencial: obteve 2,6 milhões de votos.
Para PSDB, novo cenário leva eleição para 2º turno
O comando nacional do PSDB avalia que a aliança entre Eduardo Campos e Marina Silva cria um novo palanque de oposição ao governo federal que pode empurrar a disputa eleitoral para o segundo turno. Para os dirigentes da sigla, o fortalecimento do discurso contrário à atual administração deve atrair para o campo oposicionista parcela dos votos dos eleitores indecisos, que, segundo as últimas pesquisas eleitorais, representa 16% do total.
Na avaliação de alguns tucanos paulistas, há a possibilidade, contudo, de a maior parte desses votos migrar para o PSB, em virtude do ineditismo eleitoral da aliança, o que representa uma ameaça para a candidatura do partido. Em ligações a aliados, feitas de Nova York, o presidente nacional do PSDB, Aécio Neves, avaliou que a aliança fortalece os pa-Ianques oposicionistas e considerou que se tornou irreversível uma candidatura presidencial de Eduardo Campos.
— A relação deles vai ser contraditória, com momentos de cooperação e de competição. Afinal, eles miram o mesmo objetivo. O que une os dois é a necessidade de mudança — avaliou o presidente do PSDB em Minas Gerais, Marcus Pestana, sobre a relação de Campos e Aécio.
Tarso diz a Lula que aliança muda caráter da corrida eleitoral
Em conversa com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ontem, o governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT), afirmou que a aliança entre a ex-ministra Marina Silva e o governador Eduardo Campos (PSB-PE) modifica a disputa eleitoral, saindo da polarização entre os feitos de governos tucanos e petistas:
— Minha avaliação é que este é um processo que daqui para adiante muda o caráter da disputa eleitoral. Não vai ser mais uma disputa entre a memória do governo Fernando Henrique Cardoso e a memória dos governos Lula e Dilma. Vai ser uma disputa sobre o futuro: o que os candidatos e as coalizões dizem que vão fazer sobre o que conquistamos até agora.
A avaliação de Tarso foi feita durante almoço e palestra do ministro da Fazenda, Guido Mantega, para petistas e convidados do Instituto Lula em São Paulo. Segundo o governador, Lula apenas ouviu sua opinião em silêncio:
— É uma mudança no padrão de disputa política. Essa opinião, exprimi também para o (ex-)presidente, que ouviu apenas — contou Tarso.
Há duas semanas, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, divulgou uma nota oficial que irritou Eduardo Campos, presidente do PSB, afirmando que a disputa eleitoral se daria em torno de dois projetos políticos o do PT, que ele considera progressista, e o do PSDB, que considera conservador.
O governador gaúcho avaliou ainda que o pré-candidato do PSDB, o senador mineiro Aécio Neves, foi o mais afetado pela aliança, anunciada no sábado.
— Quem esvazia sua potencialidade eleitoral no primeiro momento é Aécio. Mas a gente ainda não sabe qual o grau de integração entre Marina, Herá-clito e o Eduardo Campos— disse o governador, referindo-se ao ex-senador Heráclito Fortes, do Piauí, que deixou o DEM para filiar-se ao PSB.
‘Dilma está nas nuvens’, diz líder petista
No primeiro contato que teve com líderes de sua base política no Congresso, após a reviravolta do fim de semana no quadro sucessório de 2014, a presidente Dilma Rousseff abriu a reunião tentando medir o impacto da aliança da ex-senadora Marina Silva (Rede) e Eduardo Campos (PSB). Os presentes se esforçaram para traçar um quadro positivo em que sua candidatura à reeleição não seria tão gravemente afetada, sobretudo o líder do PT na Câmara, José Guimarães (PT-CE). Na saída, ele se esforçou para passar uma imagem de que Dilma não ficou abalada. Pelo contrário, disse que ela estava “com ar muito feliz” “astral nas nuvens”
— O que vocês acharam da Marina? — perguntou Dilma, seguindo-se análises que procuraram tranquilizá-la.
Os líderes avaliaram que, neste momento, o quadro sucessório, com a redução do número de candidatos, favorece a reeleição da presidente ano que vem. Segundo Guimarães, a presidente ouviu os comentários, mas não se manifestou. Segundo o petista, ela “estava descontraída e com ar de felicidade”
— A presidenta estava com o astral nas nuvens! Externamos opiniões, com consenso e sintonia, que o quadro, no momento, favorece a presidente. A redução do número de candidaturas (favorece Dilma). Quanto menos candidaturas, as chances da presidente se ampliam— disse o líder petista.
Quando passou-se à discussão da pauta de votações, Dilma fez um comentário que surpreendeu alguns presentes pela autoconfiança:
—Enquanto o Obama está com o governo parado, com diálogo eu estou conseguindo fazer o Congresso votar matérias polêmicas — disse ela.
Lindbergh já fala em palanque duplo para Dilma e Campos
A aliança formada pelo governador de Pernambuco, Eduardo Campos, e a ex-senadora Marina Silva para 2014 teve reflexos também no Rio. Pré-candidato ao governo pelo PT, o senador Lindbergh Farias não descartou ontem formar palanque duplo no estado com a presidente Dilma Rousseff, que tentará a reeleição, e Campos, outro concorrente à Presidência pelo PSB. Em evento realizado pela manhã, na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o senador pediu a saída imediata do PT dos governos Sérgio Cabral e Eduardo Paes, ambos do PMDB, “o mais rapidamente possível”
— Queremos construir um caminho al-temativo e combater o retrocesso. Tenho ” uma ótima relação com o PSB e com a (ex-senadora) Marina (Silva). Quero manter um canal próximo do diálogo (com o PSB). Esse processo (palanque duplo) vai acontecer em muitos estados — admitiu Lindbergh ao GLOBO, à tarde.
Mais cedo, na OAB, Lindbergh declarou que, independentemente de a aliança de Campos e Marina vir a ter candidato próprio ao governo do Rio, um novo caminho no estado em 2014 passa pelo PT e o PSB:
— É um desejo meu (a aliança). Se vai ser possível ou não… Quero que tenha pelo menos um grau de colaboração e de diálogo.
Fux prevê julgamento do mensalão até 2014
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux, disse ontem crer que o julgamento do mensa-lão não se estenderá até as eleições do ano que vem e previu o encerramento da ação no primeiro semestre de 2014.
Relator do processo, ele disse ser capaz de apresentar seu relatório e o voto em cerca de dez dias, pelos seguintes motivos: a experiência de já ter trabalhado no processo; a peculiaridade do recurso, que prevê apenas o confronta-mento das teses divergentes, e não um novo julgamento da causa; e chance de antecipar eventuais questionamentos, antes da apresentação dos recursos pelos defensores dos réus.
— Não dá para antever o que os advogados vão trazer como fundamento, isso não dá para fazer previsão. Dá pra fazer visão otimista de que isso não chegará às elejções — disse Fux, durante palestra no Instituto de Advogados de São Paulo, onde foi homenageado.
Pelos cálculos do ministro, dificilmente o julgamento dos recursos começará ainda este ano. Se a previsão de publicação amanhã do acórdão se confirmar, advogados terão até dia 10 de novembro para apresentar suas peças.
Tarifa de celular cobrada no Brasil é a mais cara do mundo
Uma chamada de celular no Brasil tem a tarifa mais cara do mundo em termos absolutos, segundo o estudo “Medindo a Sociedade da Informação” divulgado ontem pela União Internacional de Telecomunicações j (UIT) e divulgado em parceria com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatei). A pesquisa, realizada em 157 países, mostra que o brasileiro paga US$ 0,71 (R$ 1,56) por um minuto em uma ligação para a mesma operadora. Entre operadoras diferentes, o custo chega a US$ 0,74 (R$ 1,63). A análise foi feita com base na taxa média praticada na cidade de São Paulo.
No outro extremo, aparece Hong Kong, onde o minuto da chamada sai por US$ 0,01 (R$ 0,02). Se for incluindo também tarifas de telefonia fixa e internet, a situação não melhora muito. O Brasil aparece na 93^ posição do ranking. As três primeiras posições no ranking de menores custos dos serviços estão ocupadas por Macau (China), Catar e Hong Kong (China), onde os usuários gastam entre 0,2% e 0,4% de suas rendas com a cesta de serviços de telefonia fixa, móvel e banda larga. No Brasil, 4% da renda do cidadão é consumida pela cesta estipulada pela UIT.
O Estado de S. Paulo
Ex-ministro de Dilma vai chefiar programa de Campos
Formada por dois ex-ministros de Lula, a chapa que poderá ter Eduardo Campos e Marina Silva na corrida à Presidência pelo PSB em 2014 terá como coordenador de programa o ex-ministro Fernando Bezerra (Integração Nacional), que deixou há uma semana o governo Dilma Rousseff. Caberá a ele organizar o programa que sairá dos debates entre o PSB e sua proposta de uma nova economia e política social para o País e os “sonháticos” da Rede Sustentabilidade – partido que foi rejeitado pelo TSE. O PSB já abriu vagas na sua Executiva para integrantes da Rede. Governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos usou conceitos caros aos seguidores de Marina Silva para defender a aliança. Ele disse que seu partido e a Rede estão em acordo no que é “fundamental”. Pego de surpresa pela aliança, o PSDB já revê a possibilidade de ceder palanques para a chapa do PSB em São Paulo e Minas Gerais, aliado nos dois Estados
Aspargo e chocolate levam Marina ao pronto-socorro
A ex-ministra Marina Silva (PSB) foi hospitalizada na madrugada de ontem em Brasília após uma crise de alergia respiratória, Ela foi medicada e liberada poucas horas depois.Marina gosta.de sopa de aspargos é, ao preparar em casa o prato na noite de domingo, não observou que havia na pia restos de chocolate, alimento ao qual é alérgica. A ex-ministra foi levada então ao pronto-socorro.
Com uma saúde frágil, Marina tem um histórico de alergias e doenças, o que a obriga a ter uma alimentação restritiva, sem leite, ovos, soja e derivados, além de peixe de água salgada e frutos do mar.
Dirigente do PSB apontava ‘fundamentalismo’ na Rede
Assim que a ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva começou a articular a criação da Rede Sustentabilidade, o vice-presidente nacional do PSB, Roberto Amaral, classificou o novo partido como “fundamentalista, religioso e preconceituoso7”. Ontem, após a filiação dela ao PSB no fim de semana, Amaral afirmou ao Estado que mudou de ideia e diz, agora, reconhecer a importância da Rede.
“Essa era a minha avaliação naquela época. Mas só as amebas e as pedras mármores é que não mudam”, afirmou. Em fevereiro, o dirigente do PSB afirmou ter pouco conhecimento sobre o movimento político orquestrado por Marina, mas fez duras críticas à nova legenda. “Ainda não tive muita informação, mas até aqui é um negócio fundamentalista, religioso e preconceituoso. Ainda não vi política nele”, disse ao jornal Valor Econômico.
Á declaração foi dada no momento em que Amaral chegava à festa de dez anos do PT no comando da Presidência da República, em São Paulo. O governador de Pernambuco e presidente do PSB, Eduardo Campos, já articulava a sua candidatura ao Palácio do Planalto e preferiu mandar um representante, em vez de comparecer ao evento de comemoração.
“Perplexidade” de militantes com filiação preocupa Rede
Diante da repercussão negativa da filiação da ex-ministra Marina Silva ao PSB e da “perplexidade” da militância jovem diante do anúncio, João Paulo Capobianco, ex-coordenador da campanha presidencial do PV em 2010 e membro da Comissão Nacional da Rede Sustentabilidade, disse que os aliados terão de se dedicar a dar explicações sobre a decisão de se coligar ao partido do presidenciável Eduardo Campos.
Para isso, será necessário usar as redes sociais e os fóruns de debates do partido em formação para convencer os marineiros de que a escolha foi o melhor caminho para “consolidar” a Rede. “Vamos esclarecer todos os pontos”, afirmou.
Segundo Capobianco, um grupo “significativo” de militantes jovens da Rede preferia que Marina se ausentasse da disputa em 2014. “Alguns reagiram mal, mas a grande maioria agiu com perplexidade porque o PSB não estava no radar.”
Não por acaso, Marina publicou imediatamente um vídeo no site da Rede justificando a escolha. Em quatro minutos e meio, a ex-ministra diz que sua filiação é simbólica e que não atuará como militante do PSB. Ela ressalta que optou por um partido afinado com o programa da Rede e aproveitou para avisar aos adversários que eles “não lograrão exito” ao achar que sua sigla pode ser “abatida na pista” antes mesmo de “decolar”.
Dilma mostra preocupação com aliança
A presidente Dilma Roussef mostrou preocupação com a decisão de Marina Silva de se unir a Eduardo Campos durante reuniões com líderes da base aliada do Congresso realizada ontem no Palácio do Planalto. “Marina não é qualquer pessoa”, disse nos encontros com deputados e senadores. De acordo com relato de dois deputados presentes na primeira reunião, após ouvir a avaliação da maioria dos líderes de que a ida. de Marina para o PSB enfraqueceria o peso eleitoral da ex-ministra em relação aos 20 milhões de votos obtidos na eleição passada, Dilma fez questão de ressalvar que “não se pode desconsiderar a importância de Marina”, para emendar: “Marina não é qualquer pessoa”,
O discurso dos aliados, porém, está afinado nas críticas à situação dos tucanos e de seu candidato à Presidência, senador Aécio Neves, que segundo eles foram os que mais perderam com a parceria entre Marina e Campos, Na avaliação do líder do PT na Câmara, José Guimarães, por exemplo, quanto menos candidaturas houver no ano que vem, maiores as chances de a presidente faturar é o momento de “bater boca” com o governador de Pernam buco, porque “houve esta separação e serei o primeiro a defender, em 2014, que o Eduardo volte para o palanque da Dilma”.
“Não fiquei frustrado”, diz Freire sobre dupla rejeição
Depois de escancarar às portas do partido para José Serra e Marina Silva disputarem a Presidência em 2014 e ser rejeitado duas vezes em 1 menos de uma semana, o deputado federal Roberto Freire, presidente nacional do PPS, defende agora que o governador Eduardo Campos lidere a chapa e tenha como candidata a vice a ex-ministra do Meio Ambiente.
Apesar de não descartar uma âncora o senador tucano do Neves, o dirigente sinaliza que seu partido está mais próximo do governador pernambucano. No apoio ao Eduardo Campos sempre esteve presente e continua como hipótese de escolha do PPS. Houve um fortalecimento da candidatura dele, que se transforma em um efetivo polo alternativo aos “governos Lula-Dilma”, disse ” Freire ao Estado. Ele argumenta, ainda, que as atuais pesquisas de opinião não devem servir como parâmetro para definir o presidenciável do PSB.
“O Eduardo deve estar na cabeça da chapa. Ele representa um projeto mais de acordo com o que pensa o PPS. Se essa decisão fosse tomada pelas pesquisas de opinião, teríamos que apoiar a Dilma”, afirma. .
Para Freire, o “polo” Campos é o maior “medo” que o ex-presidente Luiz Inácio da Silva tem em relação a dísputa do ano que vem, Mas faz uma ponderação -aos que apostam que o governador poderá herdar votos lulistas.
Correio Braziliense
Partidos vão tirar mais dinheiro do seu bolso
A recente criação do Solidariedade e do Pros e a campanha eleitoral de 2014 deverão fazer do Fundo Partidário um verdadeiro canal de irrigação financeira das legendas no próximo ano. A peça orçamentária que tramita no Congresso Nacional prevê R$ 264,3 milhões de assistência financeira a todas as siglas registradas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Mas já há uma pressão nos bastidores, feita por parlamentares de diferentes correntes, para que o valor do fundo seja turbinado, assim como ocorreu nos últimos três anos. Desde 2011, deputados e senadores adicionam R$ 100 milhões ao fundo, durante a tramitação do projeto de lei orçamentária da União no Legislativo. Se o comportamento se repetir, o fundo deverá ter o maior volume de todos os tempos no próximo ano: R$ 364,3 milhões. Além do dinheiro público, as siglas têm direito a tempo de rádio e tevê além de doações feitas por pessoas físicas e empresas.
O cálculo do fundo é definido pela Lei nº 9.096/95, que estabelece a dotação orçamentária com base no número de eleitores multiplicado por um valor reajustado anualmente pelo IGP-DI/FGV. Porém, esse critério técnico acabou ignorado pelos parlamentares nos últimos três anos. Na primeira ocasião, por vontade política, eles aumentaram a verba para ajudar o pagamento das dívidas de campanha contraídas em 2010. Depois, repetiram o expediente.
Assinaturas validadas
Dos cinco lotes de fichas de apoio encaminhados pelo Solidariedade ao cartório da 14ª Zona Eleitoral, na Asa Norte, com supostas assinaturas falsificadas, 83,2% das firmas foram aceitas. Ao todo, a nova sigla enviou 648 fichas ao cartório. Desse total, 538 foram validadas. Levantamento feito pelo Correio apontou que 525 pessoas são ligadas ao Sindicato dos Servidores do Poder Legislativo Federal e do Tribunal de Contas da União (Sindilegis), apontado por uma ala do Partido Democrático Trabalhista (PDT) como responsável pela fraude.
Na última sexta-feira, os eleitores relacionados nas listas que dizem não ter assinado qualquer ficha de apoio já começaram a ganhar na Justiça Eleitoral o direito de acesso à documentação. A juíza da 14ª Zona Eleitoral do Distrito Federal, Elisabeth Cristina Amarante, deferiu três pedidos de pessoas que querem certificar as assinaturas colhidas pela sigla. O entendimento da magistrada é de que se trata de um documento público e de livre acesso. Outros três pedidos semelhantes ainda serão analisados pela juíza do cartório eleitoral da Asa Norte.
Em mensagem interna dirigida aos filiados, o Sindicato dos Servidores do Poder Legislativo Federal e do TCU (Sindilegis) informou que está colaborando com as investigações da Polícia Federal. A entidade negou que tenha disponibilizado a relação de seus filiados ao Solidariedade.
A dúvida da oposição
Mesmo com a tentativa de faturar com a aliança entre a ex-senadora Marina Silva e o presidenciável Eduardo Campos (PSB) em 2014, a oposição ainda avalia os ganhos e as perdas. Partidos que têm em comum o objetivo de derrotar a presidente Dilma Rousseff admitem, porém, que, com o novo quadro, a estratégia eleitoral planejada até aqui terá que mudar.
Para não deixar exposto que ficou em choque e sem reação diante da decisão de Marina, o PSDB inicialmente fez comentários positivos sobre a aliança. Em nota ainda no sábado, quando a ex-senadora definiu a filiação ao PSB, o presidente do partido tucano, senador Aécio Neves (MG), divulgou uma nota oficial em que atribui o ocorrido “às ações autoritárias do PT” e considera o caso um fortalecimento do “campo político das oposições”.
Ontem, em coletiva à imprensa, o líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP), até repetiu o discurso de Aécio, mas reconheceu que ainda é cedo para comemorações. “Não sabemos o que vai acontecer daqui para a frente, é tudo uma incógnita, não sabemos se os marineiros vão ficar felizes com a decisão da Marina ou descontentes”, ponderou.
Para o cientista político Leonardo Barreto, nem o PT nem as legendas de oposição podem contabilizar, por enquanto, o resultado da guinada de Marina. “A gente não sabe se ela vai tornar o Eduardo Campos competitivo, até porque não há exemplos de vices que foram decisivos na vitória de alguém, e isso vai ser determinado pelo discurso dessa chapa”, explica. “Se o Eduardo adotar a narrativa de esquerda da Marina, a disputa será mais com a Dilma, mas, se ele mantiver suas posições recentes de centro-direita, disputa espaço ideológico com o Aécio.”
Marina tenta acalmar a rede de insatisfeitos
Dois dias depois do anúncio da aliança com o PSB do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, e de ter divulgado um vídeo para se explicar à militância da Rede Sustentabilidade, Marina Silva tenta acalmar os apoiadores, irritados e insatisfeitos com a decisão da ex-senadora. O Correio ouviu integrantes da Rede, e o clima ainda é de “absorver” a coligação com o partido socialista, que deixou a base aliada do governo federal há duas semanas. Às 20h30 de ontem, a gravação de Marina se justificando, divulgada em um site de vídeos no sábado, tinha sido visualizada por 49 mil pessoas. Enquanto parte dos apoiadores demonstrava compreensão pela conduta da líder, outros não escondiam a decepção. Nas páginas da Rede Sustentabilidade em uma grande rede social, também houve comentários criticando a união.
Pressão para explicar uso de helicóptero
Partidos de oposição à gestão Dilma Rousseff cobraram ontem que a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti (PT-SC), preste explicações à Comissão de Ética Pública da Presidência da República. A reação veio após denúncia do Correio de que a ministra, pré-candidata ao Senado por Santa Catarina, utiliza durante missões oficiais em sua base eleitoral o único helicóptero da Polícia Rodoviária Federal no estado, destinado primordialmente à remoção de pacientes graves. No Palácio do Planalto, ontem à noite, ela afirmou que “outros ministros também utilizaram. Então, ilegalidade nenhuma”.
O equipamento modelo Bell 407 (prefixo PT-YZJ), conveniado ao Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu), é equipado com uma maca, tubo de oxigênio e materiais de primeiros socorros. À disposição de Ideli, o helicóptero tem os equipamentos retirados e a escala de atendimento de urgência suspensa.
O líder do PPS na Câmara, deputado Rubens Bueno (PR), classificou de “imoral” a utilização da aeronave. “Isso que a ministra está fazendo é uso eleitoreiro de um bem público para pavimentar sua campanha. Essa prática imoral tem sido usada nesses anos todos por este governo”, afirmou. Para o parlamentar, a responsável pela articulação política do governo Dilma precisa explicar ao país a sua atitude.
“O curioso é que essas viagens só acontecem em Santa Catarina. A ministra usa para fazer campanha o helicóptero que a Polícia Rodoviária tem para transportar vítimas e chama isso de cumprimento de agenda oficial”, ironizou. O PPS atacou a resposta oficial da Secretaria de Relações Institucionais. “O Decreto Presidencial 4.244/12 que trata do uso de aeronaves do Grupo de Transporte Especial da FAB (Força Área Brasileira) para viagens de autoridades do governo não inclui helicópteros da Polícia Rodoviária.”
Também nos jornais de hoje os seguintes assuntos publicados ontem pelo Congresso em Foco:
Troca-troca envolve um em cada dez no Congresso
PT promete liberar pauta da Câmara por Mais Médicos
Dilma tem mais chances com menos candidatos, dizem governistas
Deixe um comentário