Em pouco mais de dois minutos de discurso sentado à mesa da presidência do Senado, Esquivel disse que veio ao Brasil trazer a “solidariedade da América Latina” e para pedir “que se respeite a constituição e a vontade do povo”. Ele ainda solicitou que o processo de impeachment de Dilma seja julgado “acima dos interesses partidários”, já que “é de interesse do povo brasileiro e de toda a América Latina”.
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A oposição contestou o discurso de Esquivel e afirmou que ele não poderia ter falado em Plenário em uma sessão deliberativa do Senado. “Não se pode falar na tribuna alguém sem voto do povo brasileiro”, disse o senador Cássio Cunha Lima (PB), líder do PSDB na Casa.
Cristovam Buarque (PPS-DF), amigo de Esquivel e que tinha um almoço marcado com o Nobel da Paz após o evento com Dilma, defendeu o argentino e alegou que ele não tinha conhecimento do que estava fazendo. O senador disse que iria informar ao amigo que “o processo de impeachment é tão golpe quanto o brasil é uma pátria educadora”, fazendo alusão ao slogan do governo Dilma.
PublicidadeO senador Paulo Paim, no entanto, justificou que havia autorizado o Nobel da Paz a falar desde que não entrasse em detalhes sobre o processo de impeachment em tramitação no Senado. Após a revolta de parte dos senadores, Paim determinou que a palavra “golpe” fosse retirada das notas taquigráficas que registram os pronunciamentos dos senadores no plenário.