No interior do Tocantins, em Porto Nacional, um exemplo de como a contratação indiscrimindada de cabos eleitorais está servindo para se acobertar a compra de votos. Nas eleições de 2012, a Polícia Federal prendeu militantes de um candidato a prefeito distribuindo panfletos para outros colegas em que se ensinava como trocar votos por dinheiro e, para disfarçar, fingir contratar mais cabos.
O panfleto se refere ao candidato derrotado à prefeitura, Cleyton Maia (PMDB). Nele, se lê os bairros que devem ser trabalhados pela campanha. Onde fossem encontrados eleitores que se disponham a apoiar o candidato, deveria ser reforçado o pedido de voto. Nas casas onde os militantes encontrassem resistência, deveria ser oferecido aos eleitores resistentes a promessa de receberem R$ 80 em troca de “trabalho na campanha” durante quatro dias, às vésperas da votação.
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Era preciso gastar R$ 320 mil para contratar 4 mil pessoas, ou seja mais de 10% dos 34 mil eleitores da cidade. 49 mil habitantes. O panfleto demonstra a necessidade de se fazer o contrato de trabalho “na hora”. “Dessa forma não há risco de denúncias e complicações legais”, diz o documento mais à frente.
Dono de um patrimônio de R$ 4,1 milhões, Cleyton declarou à Justiça Eleitoral ter gasto apenas R$ 5 mil em toda a campanha para a prefeitura de Porto Nacional. Ele foi derrotado por Otoniel Andrade (PSDB).
Em nota distribuída à imprensa do Tocantins à época, a campanha de Cleyton negou a acusação do Ministério Público. “Denúncias infundadas, que só comprometem a atuação das entidades responsáveis pela segurança do pleito de 2012, são a prova do despreparo e desrespeito destes candidatos com a população portuenses”, afirmou a assessoria do candidato ao site Conexão Tocantins. “Induziram a Polícia Federal com falsas denúncias, mas nada de irregular foi encontrado na campanha.”
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