Andrea Vianna
Procurada pelo Congresso em Foco, a assessoria de imprensa da Vale disse que a empresa não se manifestaria sobre a nova polêmica judicial, a respeito da qual só pretende se pronunciar nos autos dos processos em tramitação. A assessoria se negou a informar até mesmo o valor médio da tonelada de minério de ferro negociado pela empresa, invocando cláusula de confidencialidade dos contratos.
A assessoria de comunicação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) também se recusou a fornecer informações sobre os questionamentos feitos em relação à privatização da Vale, processo que foi à época conduzido pela instituição. Disse que o BNDES só se pronuncia em juízo, mas ressalvou que colabora com a Justiça no que for necessário.
No último dia 24 de janeiro, após participar de uma solenidade no Palácio do Planalto, o presidente da CVRD, Roger Agnelli, se disse “tranqüilo” em relação à decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região – que acabara de se tornar pública – de determinar a realização de perícia técnica para verificar a possível subavaliação do patrimônio da companhia.
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Segundo o executivo, não haveria "o que questionar" no processo de privatização concluído em maio de 1997: "Foi um leilão aberto, público. As premissas utilizadas à época eram as válidas naquela oportunidade. A questão é jurídica e técnica. Os advogados estão tranqüilos. Evidentemente que fica esse barulho da privatização, o que foi e o que não foi”.
Roger Agnelli sugeriu que a Vale alcançou o valor que tem hoje graças ao aumento de sua eficiência, fato propiciado em grande parte pela própria privatização. “A Vale tem crescido muito desde a privatização e não pode ser punida por esse crescimento", afirmou ele ao ser questionado pelos jornalistas.
Ele também atribuiu caráter político às suspeitas de subavaliação das reservas de minério de ferro da CVRD: "Este é um ano que tem muita conversa, muita discussão, é político. Nós estamos tranqüilos, continuamos trabalhando".
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