O Ministério Público de São Paulo (MPSP) denunciou na segunda-feira (3) o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad por corrupção, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. Segundo o MPSP, Haddad recebeu R$ 2,6 milhões de propina da empreiteira UTC Engenharia para pagar dívida de campanha eleitoral de 2012.
Ainda conforme a denúncia, o dinheiro foi pago pelo doleiro Alberto Youssef em 2013 por meio de contratos firmados com três gráficas. Leia a íntegra da denúncia.
A denúncia foi apresentada pelo promotor de Justiça Marcelo Mendroni, do Grupo de Atuação Especial de Repressão à Formação de Cartel e à Lavagem de Dinheiro e de Recuperação de Ativos (Gedec).
Também foram denunciados o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, o doleiro Alberto Youssef, o ex-deputado estadual pelo PT-SP Francisco Carlos de Souza, o presidente da empreiteira, Ricardo Pessoa, e o diretor financeiro da empreiteira Walmir Pinheiro Santana.
Conforme o promotor, a quantia foi solicitada a Ricardo Pessoa por Vaccari em nome de Haddad. Ainda de acordo com Mendroni, havia um esquema de captação e transferências de dinheiro para dissimular a origem por meio de contratos de prestação de serviços fictícios ou superfaturados.
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Terceira denúncia
PublicidadeVice na chapa presidencial de Lula, o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad já havia sido denunciado pelo MPSP em 27 de agosto, por improbidade administrativa. A promotoria do estado acusou o petista de se beneficiar de vantagem ilícita e de enriquecer ilicitamente por meio do pagamento de dívidas de campanha na eleição municipal de 2012.
Além das duas denúncias, Haddad é réu em processo de improbidade administrativa que tramita na Justiça de SP. O ex-prefeito é acusado por irregularidades em construção de ciclovia em São Paulo.
Em nota, a assessoria do candidato afirma que as três ações contra o ex-prefeito são fundamentadas “sem qualquer prova” na delação de Ricardo Pessoa, “rejeitada em quase uma dezena de casos”.
Segundo a nota, o empreiteiro “conta suas histórias de acordo com seus interesses”. “Também é de conhecimento público que, na condição de prefeito, Fernando Haddad contrariou no segundo mês de seu mandato o principal interesse da UTC de Ricardo Pessoa na cidade: a obra confessadamente superfaturada do túnel da avenida Roberto Marinho”, completa.
Leia abaixo a íntegra da nota:
“Surpreende que no período eleitoral , uma narrativa do empresário Ricardo Pessoa, da UTC, sem qualquer prova, fundamente três ações propostas pelo Ministério Público de São Paulo, contra o ex-prefeito e candidato a vice-presidente da República, Fernando Haddad. É notório que o empresário já teve sua delação rejeitada em quase uma dezena de casos e que ele conta suas histórias de acordo com seus interesses. Também é de conhecimento público que, na condição de prefeito, Fernando Haddad, contrariou no segundo mês de seu mandato, o principal interesse da UTC de Ricardo Pessoa na cidade: a obra confessadamente superfaturada do túnel da avenida Roberto Marinho.
Assessoria do candidato Fernando Haddad”
Carece de imparcialidade e isonomia a atuação do MPSP.