O Ministério Público Federal vai denunciar “cerca de 40 pessoas” envolvidas na máfia das obras, escândalo descoberto pela Polícia Federal na Operação Navalha. De acordo com a assessoria da Procuradoria Geral da República, não é possível precisar o número de denunciados, porque a peça que será remetida à Justiça ainda não ficou pronta.
Na tarde de hoje (13), as subprocuradoras-gerais da República que cuidam do caso, Lindôra Araújo e Célia Regina Delgado, ainda trabalhavam a denúncia em seu gabinete, no 1º andar da PGR. Elas pretendem encaminhar a denúncia ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) ainda nesta semana.
A ministra do STJ Eliana Calmon tomou depoimento de 52 pessoas depois que a PF efetuou prisões e apreendeu documentos e objetos na casa dos acusados.
A subprocuradora Célia Regina Delgado disse ao Congresso em Foco que o objetivo era denunciar o menor número de pessoas possível para fazer o processo tramitar mais rápido no STJ. Os demais envolvidos que não tivessem “conexão direta” com autoridades com direito a foro privilegiado seriam denunciados pela Justiça dos estados ou pela Justiça Federal nos estados (leia mais).
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Com a Operação Navalha, deflagrada em 17 de maio, os policiais federais acusaram 49 pessoas de envolvimento num esquema de corrupção em obras públicas. O líder é o dono da empreiteira Gautama, Zuleido Veras, segundo a PF. Com a participação de altos funcionários públicos, políticos, empresários e lobistas, a construtora conseguia fraudar medições e direcionar licitações, diz o inquérito policial.
A PF chegou a prender 48 pessoas, mas elas foram soltas posteriormente. Entretanto, o envolvimento de outros nomes do cenário político nacional nas escutas telefônicas acabou atingindo mais gente. O então ministro Silas Rondeau, por exemplo, teve de deixar o cargo, depois do envolvimento de seu assessor Ivo Costa. Segundo a PF, o servidor intermediou a entrega de R$ 100 mil da Gautama a Rondeau. O ex-ministro nega ter recebido o dinheiro. (Eduardo Militão)
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